“Os Dois Filhos de Joseph” | Crítica
Félix Moati sempre nos entretém com filmes familiares, comédias românticas e dramas, em Os Dois Filhos de Joseph não foi diferente. Esta é uma obra que nos remete a relações familiares do dia a dia com uma pitada de saídas embaraçosas para as situações.
O filme começa com a morte do irmão de Joseph (Benoît Poelvoorde), tio de Ivan (Mathieu Capella), um menino de 13 anos e seu irmão mais velho Joachim (Vincent Lacoste).
Ivan tem como seus exemplos o pai e o irmão mais velho, porém se decepciona com eles ao perceber que seu irmão nunca termina o curso de medicina e o pai fecha o consultório médico para ser escritor. A partir disso o garoto começa uma busca por aprovação e para encontrar seu lugar na família e na vida.

É nítida a complexidade de cada personagem, o pai que tenta se reerguer após a morte do irmão e faz a transição da carreira conceituada de médico para uma carreira instável de escritor; Joachim, o filho mais velho, que ainda sofre muito com o término de um relacionamento; e Ivan, um típico adolescente que faz tudo para chamar atenção, consome bebidas alcoólicas frequentemente, começa a fumar, arruma brigas na escola e lá também tem sua paixonite.
O filme mostra o relacionamento dos três e a importância de cada um na vida do outro. Esse laço familiar é traçado de forma que mesmo com seus defeitos e problemas, os filhos ajudam e são o apoio do pai, e o pai ainda continua sendo exemplo dos filhos.
O filme acaba não tendo um enredo definido, o espectador acompanhará situações do dia a dia da família, Joseph com todas as suas chances de acertar com os filhos, acertar com a carreira de escritor e começar um novo relacionamento; Joachim que começa a se relacionar com uma professora; e Ivan que completa a trama na insistente conquista da garota que gosta.

“Os Dois Filhos de Joseph” emociona, faz rir e traz reflexões significativas. Com pitadas do humor vezes vindas da inocência de Ivan, que horas se mostra um adolescente maduro e horas se mostra um pouco infantil; vezes vinda do pai que encara o comportamento do filho com serenidade e vezes do irmão mais velho com seu jeito irresponsável de ser; tudo isso torna o longa leve e dá harmonia ao drama de suas vidas. Mas que esse humor não engane o espectador, o longa apresenta temáticas importantes como o alcoolismo adolescente e a depressão que pode ser despertada após um trauma.