Nos cinemas, “O ano de 1985” é um uma potente voz ao atual cenário cinematográfico

Nos cinemas, “O ano de 1985” é um uma potente voz ao atual cenário cinematográfico

Baseado no curta-metragem de mesmo nome, “1985” segue Adrian (Cory Michael Smith), um rapaz que passa o natal todos os anos com sua família  em sua cidade natal, o Texas. Durante a primeira onda de crise da AIDS que foi uma tragédia indescritível em Nova York, Adrian se reaproxima de seu irmão (Aidan Langford) e sua melhor amiga de infância (Jamie Chung), enquanto luta para revelar um segredo aos pais.

O Ano de 1985 é o mais novo longa-metragem do cineasta Yen Tan, uma adaptação do seu curta-metragem homônimo, indicando o nascimento de uma potente voz, ao atual cenário cinematográfico. Em uma era cinematográfica onde o resgate da espetaculização e da complexificação é cada vez mais profunda, este drama intimista é um real alívio. Em tempos como estes como é bom sentir, algo de concreto, que se distancie dos excessos de tristeza ou de felicidade exacerbada. Felizmente, ainda existe espaço nas telonas para este tipo de filme. 

(Imagem: Divulgação)

O Ano de 1985 que estreou nesta quinta-feira (25/04) nos cinemas é uma obra que anda na contramão das tendências. Com um roteiro focado em diálogos, temos aqui um trabalho de câmera eminentemente, com progressivos zoom, tanto para o interior da cena quanto para o seu exterior, o tom dramático destaca-se por sua autenticidade emocional, pela honestidade e respeito com que os conflitos geracionais e as barreiras impostas pelo preconceito e pela ignorância são tratados.

Ao invés de, simplificar ao máximo  Dale (Michael Chiklis) como uma figura paterna meramente vilanizável ou construir uma mãe melodramática em Eileen (Virginia Madsen), o diretor busca retratar as várias dimensões de seus personagens.

(Imagem: Divulgação)

Contemplativo em seu contexto, o drama é  um estudo aproximado da sexualidade masculina, seja ela hétero ou homossexual, e como estes dois pólos entrassem em conflito por conta dos preconceitos e das disciplinas sociais.

Seu roteiro não se resume a momentos de imprevisibilidade, e sim na capacidade capacidade de surpreender.

O filme é triunfante! Nele é construído um desfecho claro de forma irremediável.

É raro encontrar uma produção tão autêntica quanto esta.

https://www.youtube.com/watch?v=0GXknBFZZyE&feature=youtu.be