Editoras se manifestam diante de censura da Prefeitura do RJ na Bienal do Livro

Editoras se manifestam diante de censura da Prefeitura do RJ na Bienal do Livro

A notícia de que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, obrigou a Bienal do Livro do Rio de Janeiro de retirar a Graphic Novel, “Vingadores: A Cruzada das Crianças” por apresentar um beijo gay entre dois personagens repercutiu pela internet e algumas editoras se manifestaram repudiando tal atitude.

Em suas redes sociais, algumas editoras reforçaram suas publicações com a temática LGBTQI em seus estandes na Bienal do Rio e se manifestaram repudiando a atitude.

Foi o caso da Editora Nemo e da Editora Gutenberg, do grupo Autêntica que se manifestou, expondo suas obras com a temática e reforçando o apoio à diversidade:

 

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O Grupo Autêntica apoia a diversidade. Por isso, manifesta seu repúdio diante da tentativa de controle exercida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública, que visitou a Bienal Internacional do Livro do Rio em busca de livros que abordem conteúdo “impróprio”. Tal classificação é absolutamente contrária a tudo pelo que lutamos: a construção de um mundo livre, sem preconceitos, no qual cada pessoa tenha o direito de amar quem quiser. . . Nossos livros trazem histórias incríveis sobre personagens – fictícios ou não – que lutaram e lutam para viver livremente. O que aconteceu nesta sexta (06/09) mostra que ainda são muitas as barreiras a serem ultrapassadas. Mas estaremos ao lado do que realmente importa em toda essa história: o amor. Homofobia é crime, e nossos livros seguirão à venda, encantando e auxiliando nossos leitores a verem o mundo com diversas cores.

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A Companhia das Letras divulgou uma nota repudiando a atitude de censura e também reforçando seu acervo na Bienal:

A Editora Objetiva publicou o estande dedicado as publicações LGBTQI que se encontra na Bienal, reforçando também o apoio à diversidade:

Mesma atitude da Planeta de Livros Brasil que também postou seu conteúdo, repudiando as ações de censura por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro:

A Editora WMF Martins Fontes também manifestou seu repúdio às tentativas de censura em suas redes sociais:

Sem citar o caso, mas fazendo alusão ao fato ocorrido, a editora DarkSide também se manifestou apoiando a diversidade:

 

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Seja nas histórias mais sensíveis, divertidas, clássicas ou nas obras mais trevosas, literatura é literatura 🏳️‍🌈 Somos todas as cores 💀

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Pelo instagram, a Faro Editorial afirmou que irá colocar em maior visibilidade no seu estande na Bienal os livros com a temática LGBTQI.

 

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E o Prefeito do Rio de Janeiro, Crivella, agora realiza a grande campanha que tanto estávamos esperando. Ele tenta decidir quais livros devem ser expostos na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. . Entregaram, nesta manhã, um comunicado em nosso estande e nós vamos cumpri-lo integralmente, COM O OPOSTO. 🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈 Livros com temática LGBTQI irão para a frente do estande da Faro, para as pontas, para ficarem com maior visibilidade. Vamos aplicar um desconto extra. Afinal, queremos ajudar nessa campanha contra a ignorância. 🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈🏳️‍🌈 Venha nos visitar no corredor M. Preconceito a gente vence com amor! #maisamor #lgbt #semcensura #bienaldolivrorj #faroeditorial #leiamais #amemais #livros #juntossomosmaisfortes

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Em nota, a Bienal Internacional do Livro Rio disse que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser”.

Leia a nota na íntegra:

A Bienal Internacional do Livro Rio, consagrada como o maior evento literário do país, dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá três painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+. A direção do festival entende que, caso um visitante adquira uma obra que não o agrade, ele tem todo o direito de solicitar a troca do produto, como prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Subsecretário de Ordem Pública folheia livro na Bienal em busca de conteúdo ‘impróprio’ — (Imagem: Fernanda Rouvenat / G1)

A Secretaria de Ordem Pública (Seop) do Rio de Janeiro realizou uma fiscalização nas dependências da Bienal do Rio na manhã desta sexta-feira (06/09) para identificar e lacrar livro com conteúdo “impróprio”. A atitude fez com que a organização da Bienal entrasse com um pedido de mandado de segurança preventivo no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) para garantir o pleno funcionamento do evento.

A fiscalização não resultou em nenhuma apreensão.

O manifesto maior veio por parte do próprio público, já que a HQ se esgotou em pouco mais de meia hora, um dia depois da tentativa de proibição por parte da prefeitura do Rio. A organização da feira afirmou que às 9h39 todos os pontos que tinham a graphic novel já não tinham mais revistas.