Um Tio Quase Perfeito 2 – Entrevista com o diretor Pedro Antonio

Um Tio Quase Perfeito 2 – Entrevista com o diretor Pedro Antonio

Na última quarta-feira (18) chegou as plataformas digitais, exclusivamente para aluguel e compra, a divertida comédia Um Tio Quase Perfeito 2. A sequência do longa lançado em 2017, estrelada por Marcus Majella (Tio Tony), tem novamente por trás de tudo o jovem diretor Pedro Antonio, que também dirigiu outras comédias nacionais como “Tô Ryca”, estrelada por Samantha Schmutz, e “Altas Expectativas”. 

“Sou um apaixonado pelo cinema brasileiro”, afirma Pedro Antonio.  O diretor bateu um papo exclusivo com Os Geeks onde falou do lançamento do filme, expectativas em relação a aceitação do público e revelou alguns dos seus projetos futuros. Confira!

O que o público pode esperar de Um Tio Quase Perfeito 2? Os personagens amadureceram mais, a história tem novos contornos em relação ao primeiro filme?

Pedro Antonio: O público pode esperar um filme divertido e com um final a lá Tio Tony. Toda continuação tem a árdua missão de seguir o clima do original, evoluir na narrativa e trazer novidades que capturem a atenção dos espectadores. E antes de entrar nessa aventura do segundo filme, eu me preocupei com alguns pontos centrais para que isso acontecesse: trazer mais humor, envolver bem a família ao redor do Tio Tony, uma narrativa ágil com bastantes elementos que despertassem o interesse do público infantil e, acima de tudo, manter o espírito do protagonista para que o público embarcasse com ele na história.

Um Tio Quase Perfeito 2 segue uma linha sequencial de comédias que você dirigiu, a ideia é seguir nesse gênero por mais um tempo ou você tem planos para apostar em outros?

Pedro Antonio: Tenho planos para apostar em outros. Inclusive meus próximos projetos vão passear por novos gêneros. Acho que as sequências nunca foram um alvo/objetivo na minha carreira, mas quando vi estava inserido em duas delas (fiz também o Tô Ryca 2 com previsão de lançamento para o segundo semestre desse ano). Isso por um lado é bom, pois mostra que meus dois primeiros filmes geraram interesse e ganharam frutos, mas por outro trouxeram o dever de se manter pelo menos no mesmo nível dos originais. Tenho ainda dois filmes já finalizados que serão lançados, uma comédia chamada Uma Pitada de Sorte (com a Fabiana Karla) e Os Salafrários (com Marcus Majella e Samantha Schmutz) brindando aí minha parceria tão amável com eles e com a comédia. Mas daqui pra frente os desafios são outros.

Um Tio Quase Perfeito reúne gerações diferentes de atores, dos mais tarimbados aos mais jovens, como é coordenar esses perfis distintos?

Pedro Antonio: Para se criar um bom meio profissional, onde os atores consigam construir seus personagens é preciso um ambiente de harmonia e admiração coletiva. A parceria em cena é uma sinergia criativa aliada a uma vontade de render o máximo possível. Diferentes gerações e diferentes escolas de interpretação convivendo durante cinco semanas de filmagem exige um esforço intenso da direção para que a troca entre eles fique boa. Eu procuro dialogar, ler bastante o texto, extrair o melhor entendimento sobre a cena e sobre o outro em cena. Na minha didática, cada gesto, cada fala e cada troca em cena contribui de forma significativa pra narrativa. Ana Lucia Torre, Leticia Isnard e Marcus Majella já tinham uma intimidade desde o primeiro filme, não só entre eles, mas com as crianças também. No segundo filme, com a entrada de três novos atores na família: Danton Mello, Noemia Oliveira e Diego Becker, era fundamental que houvesse um interação prévia para que eles se ajustassem na mesma intimidade. Fizemos leituras, ensaiamos e quando estávamos no set procurávamos ver e rever tudo que poderia contribuir. E como diretor eu só tenho a agradecer o empenho deles e o carinho que tiveram para que a história fosse contada da melhor forma possível.

Nós sabemos das dificuldades de apoio financeiro do cinema brasileiro, ainda mais em se falando de sequências, como é para você conseguir esse feito, lançando Um Tio Quase Perfeito 2?

Pedro Antonio: É muito gratificante. Eu sou um apaixonado pelo cinema brasileiro, tenho isso correndo desde pequeno dentro de mim. Meu pai (Paulo Thiago) é cineasta e minha mãe (Glaucia Camargos) é produtora. Sempre me lembro de uma frase do saudoso Gustavo Dahl que dizia “Uma coisa é o cinema, outra coisa é o cinema brasileiro”. Essa frase resume bem o sentimento de se fazer filmes aqui. É um desafio diferente mesmo, e poder fazer uma continuação não deixa de ser uma celebração ao filme original e a força que o cinema brasileiro pode ter no nosso mercado. 

Amor e tolerância seriam duas palavras que poderiam descrever bem essa sequência? Quais mais você acrescentaria?

Pedro Antonio: Transformação e humor.

6. Quando você lançou o primeiro longa já havia esse projeto para um segundo filme? E aproveitando, existe a possibilidade de um terceiro?

Pedro Antonio: Não existia. Me lembro bem, um pouco depois do filme ter ido aos cinemas, de estar reunido com a Erica Iooty (produtora do filme e grande parceira) e ela falar “E ai? Vamos fazer o 2?” Foi assim, na lata! Aquilo foi bem inesperado pra mim (risos). Fiquei algumas semanas elaborando ao lado do Leandro Muniz e da Sabrina (roteiristas) quais seriam os caminhos possíveis pra uma continuação. 

Sobre um terceiro eu diria que possibilidade sempre há… Agora tem que ter a oportunidade. Uma coisa eu digo, depois que abrimos a porta do filme 2 o que não faltam são ideias pro Tio Tony. Acho que se tivesse um filme 3, pra fechar a trilogia, eu acrescentaria o gênero da AVENTURA.

7. O Tony é um personagem divertidíssimo, há alguma possibilidade de você expandir esse universo e esse personagem com alguma série futuramente?

Pedro Antonio: Há sim, e até acho mesmo que ele merecia, porque é daqueles personagens que gera muita identificação com o público. E hoje as plataformas ampliaram o mercado, então se tivéssemos a oportunidade eu sinto que poderíamos criar mais narrativas pro Tio Tony.

8. No início de carreira você esteve a frente de algumas séries de TV, tem algum projeto novo neste sentido?

Pedro Antonio: Tenho. 2020 foi um ano de muita reflexão e labuta. Por conta da pandemia que ainda está acontecendo, e eu espero com todas as forças que passe (viva a vacina), pude voltar a escrever mais, elaborar projetos e agora em 2021 vou iniciar alguns deles. Eu e o Majella estaremos juntos numa nova série do Multishow e depois, se tudo der certo, vou dirigir dois filmes.

9. Qual a sua expectativa de aceitação do público para com essa sequência?

Pedro Antonio: Sempre que eu faço um filme penso no público, e tento me colocar na função de espectador. Como eu disse acima, o que eu busquei nessa sequencia foi trazer mais do que eu sentia que podia melhorar no que já tínhamos criado: humor, mais viradas na narrativa e uma evolução nas personalidades dos personagens. Nesse sentido estou feliz porque fiz o máximo que estava ao meu alcance. Minha expectativa é positiva.