Quem Vai ficar com Mário? | Crítica

Quem Vai ficar com Mário? | Crítica

Está em cartaz nos cinemas o filme “Quem Vai ficar com Mário?”, baseado no longa Italiano Mine Vaganti de 2010. Já assistimos o longa e contamos agora o que achamos.

O filme apresenta uma perspectiva atual da sociedade e levanta a bandeira da representatividade LGBTQIA+, justamente em seu mês de orgulho. No enredo acompanhamos Mario (Daniel Rocha), um jovem escritor que após assumir seu relacionamento com seu namorado, se vê na obrigação de voltar a sua cidade Natal e “abrir o jogo” sobre sua orientação sexual e a profissão que escolheu seguir (ambas desconhecidas por seu pai). Quando, por conta de alguns imprevistos o fazem permanecer no local por um tempo maior que o planejado, assim causando reviravoltas, alterando suas prioridades a serem reveladas.

Começo afirmando, NÃO ASSISTAM AO TRAILER, honestamente a montagem que foi feita com cenas do filme, entrega boa parte da história, estragando assim algumas das poucas supressas que o longa carrega.

Com um primeiro ato um tanto fraco, onde as ideias são introduzidas muito rápidas, não dando tempo para se conectar a princípio com a história e com o protagonista, alguns diálogos com exagero na problematização, que chega incomodar. Sabe quando um personagem diz algo muito errado, pra chocar propositalmente e o roteiro tem a função de fazê-lo mudar totalmente a postura até o final do filme? Isso obviamente é muito comum e essencial nos filmes, mas quando mal construído dá um tom artificial, que acaba perdendo a qualidade da cena em questão, e como é feita justamente pra criar impacto se torna apenas forçado. 

Com o desenvolver, o roteiro vai se expandindo e dando uma forma mais natural ao que foi apresentado anteriormente, criando diversos momentos realmente divertidos e agregando temas ousados e atípicos em comédias nacionais, como a bissexualidade e o poliamor. O feminismo também se faz bem presente, com personagens mulheres extremamente fortes, independentes e com destaque em seus discursos em diálogos importantes.

Enfim, apesar de alguns defeitos, o filme segue sendo uma obra muito importante em vários aspectos, pois trata a homossexualidade de maneira muito leve e familiar, e que com certeza além de divertir pode servir como uma forma “didática” sobre a diferença entre tolerância e respeito, e seriedade em sempre ter coragem de optar em ser feliz, com certeza vale a pena conferir.