“Os Incríveis 2” | Crítica

“Os Incríveis 2” | Crítica

14 Anos depois do primeiro filme, se juntando novamente ao mundo dos heróis, a Disney e a Pixar investem no assunto representatividade e empoderamento feminino de forma leve e “pedagógica”, sem precisar problematizar ou centraliza-lo afinal é uma animação, o foco é entreter a família deixando assuntos sérios como plano de fundo. 

O filme continua literalmente como acabou o primeiro, acompanhando a Família Pêra numa batalha com o vilão do último filme, causando assim uma grande catástrofe na cidade em termos de danos e destruição, sendo assim a família é obrigada a parar de praticar suas ações heroicas para a sociedade. 

Craig T. Nelson in Incredibles 2 (2018)
Divulgação / Disney)

É criado assim uma “Lei” que proíbem heróis agindo como tal na cidade, é  que entra o grande arco do filme, Agora é a vez de Helena (Mulher-Elástica) ter seu devido destaque, e lutar para que as “autoridades” vejam a importância dos heróis. Enquanto isso Beto (Sr. Incrível) se vê numa situação totalmente nova, um dono de casa tendo que lidar com os problemas e descobertas dos filhos, e com significância e a importância de sua esposa nesta causa. 

Holly Hunter and Craig T. Nelson in Incredibles 2 (2018)
(Divulgação / Disney)

Nesta continuação vemos mais o alicerce, o estereótipo familiar é destacado em cada membro de forma clichê sem ser trivial. 

Vemos uma Violeta encarando a adolescência e todas as expectativas e inseguranças que a acompanham muito presente, porém agora com um pouco mais de confiança e certa do que quer.

Flecha ainda mais hiperativo com atitudes bem dignas de um irmão “do meio”, já  Zezé rouba totalmente a cena em diversos momentos, o que condiz bastante com a atenção que um Bebê tem quando está se descobrindo, suas excentricidades e poderes sendo aperfeiçoados são sensacionais e por incrível que pareça a sequência de luta mais divertida do filme é protagonizada por ele.

Beto que, acostumado com a “liderança” da família, agora se sente de incapaz/inapto dadas as situações, e percebe que o serviço de casa não é nada fácil quando se tem três filhos.

E a matriarca Helena que agora trabalhando fora, tem seu momento de evidencia, mas que ao mesmo tempo que se dedica ao que se propõe a fazer, sabe que está se ausentando de situações importantes do cotidiano de seus filhos. 

Samuel L. Jackson, Holly Hunter, Catherine Keener, Craig T. Nelson, and Bob Odenkirk in Incredibles 2 (2018)
(Divulgação / Disney)

Temos também a presença dos antagonistas Gelado, Edna e Toninho Rodrigues que voltam ainda mais carismáticos e tem suas importâncias no decorrer do filme.  

O longa traz uma inovação audaciosa, onde além de abordar uma sequência literal do filme anterior correndo grande risco de inconsistência por se tratar de uma diferença longa um do outro, trata-se de uma perspectiva oposta, o destaque à mãe, usada frequentemente em filmes convencionais, e agora construída em uma animação neste estilo, tem importância significativa na atual situação feminina. 

Acredito que eles não tenham feito para este tipo de destaque, mas ao assistir ao filme é límpido e explicito que a imagem da mãe de família que muda de posição com o marido para “encarar os vilões” em busca de seu objetivo que interliga ao bem comum das pessoas, sendo explorado, tenha sua parcialidade feminista atingida.  

(Divulgação / Disney)

 Com dublagens de novos personagens feitas por Otaviano Costa, Flávia Alessandra, Evaristo Costa e uma participação especial de Raul Gil, o filme é muito divertido, com uma mensagem familiar importante e que deixa qualquer um nostálgico, Brad Bird (Diretor) soube manter essência da família Pêra mesmo após um intervalo de mais de uma década. 

O Filme estreia dia 28 de Junho e é um ótimo entretenimento para a família.