“O Rei Leão” | Crítica

“O Rei Leão” | Crítica

*Texto: Fernando Xavier (convidado)

Mesmo com um visual impecável, trilha sonora emocionante e uma sensação de grandiosidade, o novo “O Rei leão” dividiu inúmeras opiniões. Com um leque gigantesco de animações, esta bem evidente que a Disney está optando por transformar os seus maiores sucessos em versões live-action.

A primeira foi “Cinderella” em 2015, depois “A Bela e Fera” em 2017, e em 2019 o estúdio chegou com os pés no peito apresentando três adaptações de seus filmes clássicos na sua grade de lançamento. E assim, ao trazer de volta uma de suas produções mais importantes , a Disney nos entrega uma nova versão de “O Rei leão” em um filme visualmente esplendoroso, mas que infelizmente deve dividiu opiniões e gerou discussões grandiosas.

(Imagem: Divulgação/Disney)

O live action é dirigido por Jon Favreau, o mesmo que conduziu “Mogli – O Menino Lobo” em 2016. Com muita experiência, o diretor usou de toda sua experiencia para recontar a história de 1994, não deixando de lado a importância do longa quando o assunto era a memória afetiva das pessoas. Por isso, não esperem muitas mudanças na estrutura narrativa do filme, “O Rei leão” continua com o mesmo jeito.

O que temos aqui é a história de um leão e sua jornada, cheia de obstáculos para se tornar um rei, e assumir seu lugar. A nova versão honra a animação clássica ao manter todas as coisas que fizeram sucesso na época, sua narrativa, as músicas, seus personagens carismáticos, modificando bem poucas passagens da história, usando com a desculpa de apresentar um novo filme para um novo público.

(Imagem: Divulgação/Disney)

O roteiro de Jeff Nathanson tentou contar a história de um jeito mais lucido, trazendo pitadas de sobriedade. Tudo isso se dá pelo fato de que seus personagens e efeitos especiais não tenham as mesmas sutilezas, nem mesmo os traços da obrade 1994.

No novo filme temos cores vibrantes e o jeito que os animais se movimentavam nas telonas ajudou afetivamente a trama, ainda mais se levarmos em consideração a perfeição que foi reconstituir o território africano.

A Disney não poupou esforços e fazer de seus personagens o mais próximo dos animais que encontraríamos nas savanas africanas, com efeitos especiais de deixar o espectador de queixo caído e com os olhos lacrimejados, tais detalhes vão desde os pelos dos animais, patas e jubas, e até mesmo, para os olhos que contribuem muito na expressão dos personagens.

(Imagem: Divulgação/Disney)

O trabalho de desenvolvimento estético e de criação tanto dos leões, quanto dos outros animais, seja o pássaro Zazu (John Oliver), as hienas, ou o babuíno Rafiki (John Kani) estão espetaculares, e realmente são pontos positivos de tirar o folêgo. A obra também nos entrega paisagens perfeitas que são beneficiadas com tomadas em plano aberto e que mostram a vastidão do continente africano.

Não podemos deixar de citar a icônica trilha sonora , agora desenvolvida com outras batidas e arranjos . As novas versões das músicas encaixam perfeitamente com o que é apresentado. “Can You Feel The Love Tonight“, cantada por Donald Glover e Beyoncé, dão um tom mágico para os personagens em suas versões adultas dos leões Simba e Nala, onde a dupla entrega um grande show devido suas vozes marcantes e graves.

(Imagem: Divulgação/Disney)

Hakuna Matata“, da dupla Timão e Pumba nas vozes de Billy Eichner e Seth Rogen, roubam todas as cenas e entregam um humor que funcionará tanto para os adultos quanto para crianças.

O grande vilão do filme Scar, ganha mais tempo em tela do que na animação, e talvez, seja o ponto que tenha tido a maior mudança em relação ao original. Dublado por Chiwetel Ejiofor, o vilão se tornou um pouco mais ameaçador.

O Rei leão” com certeza irá gerar uma certa discussão entre o público, pelo fato de mexer com algo muito gravado no coletivo das pessoas. Resumindo: Desde a primeira cena, temos a sensação de ver o clássico novamente nos cinemas e independente das pequenas mudanças que a nova versão oferece a obra renderá um turbilhão de emoções.