Dica de livro: “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood (The Handmaid´s Tale)

Dica de livro: “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood (The Handmaid´s Tale)

Essa distopia escrita pela autora canadense em 1984 e lançada no ano seguinte, voltou à tona nos últimos anos com a exibição da série “The Handmaid´s Tale”, que segue a sua história.

O enredo se passa no país de “Gilead”, antigo território dos Estados Unidos, em um ano não determinado do futuro. Neste cenário a população sofre com a infertilidade de suas mulheres, devido à degradação ambiental e a propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

O contexto político é bastante conturbado, e vive uma ditadura controlada por cristãos fundamentalistas, em que todos os direitos das mulheres são retirados, e a constituição suspensa. Neste panorama, as mulheres são divididas em férteis e inférteis, as que podem ter filhos são conhecidas como “Aias”, e são mantidas na casa de comandantes do governo, com um único objetivo, serem estupradas por eles, para assim gerar novas vidas ao país.

A narrativa segue a visão de Offred, uma Aia, que vive na casa de seu comandante, Fred (O nome vem da expressão “Of Fred”, que indica que ela pertence a esse “dono”). Offred tem lembranças de seu passado, antes do fim da democracia e da instauração da ditadura, onde vivia uma vida feliz ao lado do marido e da filha, os quais foram separados dela e possuem paradeiro indefinido.

Todas as Aias vestem-se de vermelho, com uma touca branca na cabeça, com duas grandes abas, que impedem que elas vejam ao redor e sejam vistas por outros. As esposas são inférteis e usam vestidos verdes, além de participar ativamente das sessões de estupro, segurando as Aias no momento do ato.

Algumas mulheres inférteis servem como responsáveis pela limpeza e comida das casas, e são conhecidas como “Marthas”. A Aias passam por um treinamento e lavagem cerebral, aplicado por mulheres conhecidas como Tias, que são as responsáveis pela sua formação e imposição dessa nova ideologia.

Além disso, o país também pune gays, mulheres infiéis, médicos que praticavam abortos e pessoas que se rebelam, aplicando a eles o enforcamento em praça pública. Algumas mulheres inférteis, feministas e viúvas, são condenadas a um trabalho forçado em colônias com nível de radiação mortífero.

Um livro que traz uma história extremamente forte e incômoda a quem lê. Um mundo que, apesar de ser fictício, em alguns momentos remetem ao pensamento extremista de alguns líderes mundiais.

Uma obra para ser apreciada com parcimônia, refletindo cada capítulo e tirando dele uma lição para a vida.