Bad Boys Para Sempre | Crítica

Bad Boys Para Sempre | Crítica

“Bad Boys Para Sempre”, novo filme da Sony Pictures, chega aos cinemas amanhã (30/01).

Já faz 17 anos que Bad Boys II foi lançado nos cinemas, mas alguns dos elementos que definem a franquia ainda são fáceis de reconhecer: O metrossexual Detetive “Mike” (Will Smith) e seu engraçadíssimo parceiro Marcus Burnett (Martin Lawrence), a cidade de Miami em todo seu esplendor saturado, e é claro, uma mega-dose de testosterona.

Tiras, gângsters e química não formam o tipo de mitologia profunda o suficiente para sustentar uma franquia neste mundo pós-Marvel. Há uma razão para o primeiro Velozes e Furiosos ser um filme de ação sobre policiais infiltrados, e o oitavo exemplar da franquia ser praticamente uma Missão Impossível sobre rodas.

Em outras palavras, é fácil compreender porque um terceiro Bad Boys demorou tanto para ser lançado. Em um mundo onde tudo anda insuportavelmente chato, um filme onde policiais negros fazem piada com a própria raça, matam a bandidagem de todas as formas mais violentas possíveis e passam demolindo uma favela em Cuba à bordo de um jipe Hummer, não parece ser o mais indicado. Os diretores Adil El Arbi e Bilall Fallah são responsáveis por este filme de ação explosivo e surpreendentemente honesto, que consegue se equilibrar na linha tênue entre a pirotecnia e uma concepção mais moderna que o cinema contemporâneo tem exigido.

Pode não ser tão cru quanto Bad Boys e nem tão tático como Bad Boys II, mas em compensação é mais humano. Retornando ao universo alternativo onde policiais recebem um salário de sete dígitos e se permitem trabalhar nas ruas usando ternos da Gucci. Marcus acabou de se tornar avô e quer se aposentar, enquanto que Mike continua uma eterna criança cuja identidade se baseia num desejo perpétuo de ser o dono de toda Miami. Enquanto isso, outro drama de família está acontecendo no sul da fronteira; a matriarca do crime, Isabel Aretas (Katedel Castillo), escapou da prisão com a ajuda de seu filho, o implacável Armando (Jacob Scipio), e ela tem um elaborado plano de vingança contra as pessoas que mataram seu marido.

Mike, claramente, está no topo da lista. Os diretores mantêm a mão firme na condução do plot, e as tensões crescem de tal maneira que cheguei a torcer para que os diretores segurassem o ritmo um pouco mais, como forma de aumentar o suspense. Um elenco formidável, aliado a um poderoso score musical, ajuda a manter um senso de energia fluindo durante e entre as sequências de ação. O caos e os danos colaterais destas sequências são devastadores e a maioria das cenas de ação do filme são curtas e coerentes o suficiente para fornecer a quantidade exata de excitação.

O filme é um espetáculo genuíno, o diretores priorizaram um lado mais realista da vertente. Bad Boys Para Sempre não almeja alçar o patamar do gênero, mas continua sendo o máximo assistir Lawrence e Smith revisitar estes personagens e ao mesmo tempo encontrar um lugar sensível para colocá-los. Ao olhar para o passado, o filme encontra força para mover-se adiante e entender que algumas coisas precisam mudar para que outras continuem as mesmas.

Os diretores conseguiram ajustar a franquia para os dias atuais sem trair sua essência, e mesmo que tanta coisa tenha mudado desde a última vez que vimos Marcus e Mike em 2003, nunca foi tão fácil definir o que faz a franquia Bad Boys algo tão impressionante.