“As Golpistas” | Crítica

“As Golpistas” | Crítica

Estreou na semana passada (05/12), o tão aguardado filme protagonizado por Jennifer Lopez, “As Golpistas”, aclamado pela crítica e, surpreendentemente, sendo apontado como garantido na temporada de premiações, o filme conta com a direção de Lorene Scafaria (“Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo“).

Inspirado numa história verídica, acompanhamos um grupo de strippers que começam a dar golpes em grandes nomes de Wall Street, em meados de 2008, ano em que se ocorreu a crise imobiliária nos Estados Unidos. O objetivo delas é suprir suas necessidade individuais e uma vingança sobre a situação em que o país se encontra.

O hype em cima dessa produção tem sido criada a cada anúncio de nomes do elenco e não é surpresa para ninguém que o longa seja um sucesso. Experimente colocar uma diversidade étnica, composto por duas das mais populares cantoras do ano fazendo uma participação especial (Lizzo e Cardi B), duas atrizes de séries notáveis do público jovem americano, (Lili Reinhart e Keke Palmer), uma atriz em grande ascensão e querida pela crítica tanto em séries quanto no cinema atual (Constace Wu), e uma superstar que canta, atua, dirige e exala simpatia, (Jennifer Lopez), me fala… teria como dar errado? A publicidade estava pronta mesmo antes do filme estar finalizado.

Constance Wu, Cardi B. e Jennifer Lopez em cena (Imagem: Divulgação)

A trilha sonora – aparentemente escolhida a dedo – que faz qualquer um se deparar cantando algum trechinho durante o filme e corresponde muito bem com as cenas em questão, além de um figurino luxuoso e marcante, dando mais extravagância e brilho proposital aos ambientes justamente para causar impacto e tendo como cenário a cidade de Nova Iorque com seus restaurantes, boates e apartamentos deslumbrantes, onde só torna tudo ainda mais grandioso.

Jennifer Lopez e Constance Wu em cena (Imagem: Divulgação)

O interessante é que provavelmente muita gente esperava ver muitas cenas sensuais e apelativas, por conta do contexto geral, entretanto a abordagem de striptease foi toda construída de forma bem feminista, exemplificando que boa parte dos perfis apresentados estão naquela situação por pura necessidade ou pensando em seus objetivos futuros. São mulheres fortes e independentes que não se desvalorizam mediante a profissão que ocupam.

Contando muito mais sobre os bastidores, a expectativa sexual da “coisa” toda acaba se anulando. (mas calma, há sim cenas mais quentes, então fiquem de olho na classificação).

Keke Palmer e Lili Reinhart em cena (Imagem: Divulgação)

A premissa acaba se estendendo um pouco demais e, em alguns momentos, repetindo-se em cenas desnecessárias e facilmente deletáveis, mas entrega ao todo um ritmo empolgante aos acontecimentos. Nós vemos uma versatilidade divertida por parte do elenco, o que só alavanca ainda mais o nível de qualidade.

Sobre a Jennifer Lopez, sem dúvida alguma um dos melhores trabalhos de sua carreira, merece todo reconhecimento possível que vem ganhando, tanto pelo público quanto pela crítica. Agora o fator “Ganhar Um Oscar” que é o que muita gente vem cogitando, eu acredito que é um pouco demais. Sim, foi uma ótima interpretação, mas honestamente não acho que seja a nível de tal prêmio.