“Yvone Kane” | Dica de Filme
Participamos da cabine de imprensa do filme Yvone Kane, e estamos pasmos com o que vimos.
Ao perder sua filha, Rita volta ao país africano onde viveu a sua infância para investigar um mistério do passado: a verdade sobre a morte de Yvone Kane, uma ex-guerrilheira e ativista política. Nesse país, onde o progresso se constrói sobre as ruínas de um passado violento, Rita reencontra a sua velha mãe, Sara, uma mulher dura e solitária que vive ali há muitos anos. Enquanto Sara vive os últimos dias de sua vida procurando um sentido para seus atos passados, Rita embrenha-se num território marcado pelas cicatrizes da história e assombrado por fantasmas da guerra.
A obra conta com participações especiais de Beatriz Batarda, Gonçalo Waddington e Irene Ravache, trazendo um enredo que nos faz regressar no tempo e reviver uma época de guerra, onde a coragem de uma mulher e seu caráter eram bem notórios.
Yvone Kane era uma mulher feroz, empenhada em seus ideais. Aliás, é importante lembrar que esta mulher revolucionária foi assassinada por conter segredos de alto nível, no qual trilhou constantes descontentamentos no colonialismo africano.
O filme é um trabalho cuidadoso que se mantém longe de mensagens explícitas, investindo em uma narrativa mais leve.
Partindo dessa história, o filme centra-se em um drama familiar, feminino e feminista; e depois em sentido mais amplo procura juntar como em um puzzle, os fragmentos de um país sem nome mas que remete de certa forma o Moçambique, onde a realizadora tem raízes assombradas e destruídas pelo legado da guerra civil e pós-libertação colonial.
O filme participou do Festival do Rio em 2014, além dos festivais internacionais Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Fé; Festival de Cinema das Noites Negras; do 39º Festival Guarnicê de Cinema em 2016 e do 17º Festival du Cinema Bresilien de Paris, em 2016, onde Beatriz Batarda ganhou o prêmio de melhor atriz (2014). O longa-metragem YVONE KANE foi filmado em locações em Moçambique. Este roteiro de ficção, da diretora e roteirista Margarida Cardoso, persegue seu interesse pela temática colonial e pós-colonial, numa perspectiva muito singular, explorando a memória, as perdas, a culpa e a inevitável inscrição da História nas vidas de seus personagens.
Yvone Kane chega aos cinemas no dia 30 de novembro.