VIDAS (IN)VISÍVEIS – Um Arsenal de Esperança | Crítica

VIDAS (IN)VISÍVEIS – Um Arsenal de Esperança | Crítica

VIDAS (IN)VISÍVEIS – Um Arsenal de Esperança, filme Erica Bernardini, está disponível no 15o Festival de Cinema Italiano no Brasil, que acontece até 8 de dezembro, em plataforma online para todo público brasileiro. O acesso é feito pelo site www.festivalcinemaitaliano.com em uma parceria com o prestigioso cinema paulistano Cine Petra Belas Artes.Os ingressos têm valor fixo de R$ 9,90 e dão direito ilimitado à toda a programação.

Já assistimos com exclusividade e contamos agora o que achamos.

Vidas (In)Visíveis conta a história do Arsenal da Esperança, casa de acolhimento que fica na antiga Hospedaria dos Imigrantes localizada no centro de São Paulo, e como a instituição lidou com a pandemia da COVID-19.

Com a ajuda de dom Luciano de Almeida, o Arsenal da Esperança foi inaugurado em 1996 e mantém a tradição do lugar de amparo dos vulneráveis. A casa abriga cerca de 1.200 pessoas e tem filiação com o Arsenal da Paz, organização italiana que surgiu com o objetivo de combater a fome no mundo.

Do ponto de vista estrutural, o filme é básico: é composto somente de entrevistas (de funcionários/voluntários e homens que foram acolhidos na pandemia principalmente), imagens do Arsenal e do centro de São Paulo. Alguns erros na captação da voz dos entrevistados fazem com que o filme pareça amador, no entanto, a edição e os relatos dados contam uma história coesa e muito tocante da instituição e sua importância. Oferece ao espectador também a oportunidade de refletir sobre esses indivíduos marginalizados e o que a pandemia significa para eles: como ficar em casa se eles não têm casa? Como lavar sempre as mãos sem acesso à água corrente?

Além disso, o filme faz uma interessante ponte entre o passado e o presente do lugar que em ambos os tempos foi espaço de acolhimento e cuidado: primeiro com os imigrantes italianos em São Paulo a partir do final do século XIX e agora de qualquer um que queira e/ou precise. Com esse lado histórico, o documentário também ressalta a forte ligação cultural entre a Itália e o Brasil, principalmente São Paulo, e a grande presença de ONGs italianas no Brasil, sendo o Arsenal uma delas.

A experiência vale a pena pelo aprendizado e esperança que proporciona: aprendizado sobre uma notável organização e sobre a História da cidade de São Paulo e esperança de saber que ainda existem pessoas abertas e dispostas a ajudar o outro simplesmente porque é a coisa mais humana a ser feita.

Apesar dos defeitos como obra cinematográfica, a mensagem de amor ao próximo foi passada e uma cativante história de superação e responsabilidade social foi contada.