“Vidas à Deriva”

Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharp (Sam Claflin) navegam em alto mar quando são atingidos por uma tempestade. Depois da tormenta, Tami acorda e descobre que Richard está gravemente ferido e o barco em ruínas. Sem esperanças de serem resgatados, ela tem que procurar força e determinação para salvar o homem que ama.

O filme baseado em uma história real consegue construir muito bem o clima dramático de desespero envolvendo a personagem de Shailene Woodley.

A cena da tempestade é bem fotografada com um plano sequencial, que mesmo sendo um momento totalmente agitado, sempre consegue acompanhar os personagens. Em outros momentos, a câmera nunca fica totalmente estática e em cenas dentro do barco, a câmera balança suavemente para simular o leve balanço dele no mar.

O clima romântico entre os personagens é um pouco apressado, sempre indo direto ao ponto. O diretor achou a solução de fazer o tempo do filme não ser linear. Embora isso seja uma solução para o clima romântico, ele se perde na montagem, não sabendo bem onde cortar do romance para a tragédia.

Shailene Woodley exagera um pouco nas expressões faciais, mas está bem. Uma personagem que muda completamente na situação de perigo extremo, onde se encontra em ter que sobreviver aos perigos dessa situação sem qualquer tipo de experiência sobre velejar em mar aberto, além de ter que manter seu parceiro vivo a qualquer custo.

Sam Claflin tem um peso dramático maior devido a sua condição física, mas não convence nos sentimentos pela sua parceira. Os diálogos raramente acertam, na maioria das vezes são clichês, a ponto de se tornarem piegas.

O filme surpreende no terceiro ato com um plot twist totalmente inesperado, que reforça o drama do filme. Infelizmente o diretor faz questão de explicar tudo depois disso, e perde um pouco o mérito.

O desfecho mostra um elemento que já tinha sido apresentado antes no filme, que faz o público se aliviar junto com a protagonista.

“Vidas à deriva” acerta no drama, tem um romance problemático, mas é comovente, recriando ao máximo os fatos dessa história.