“Troco em Dobro” | Crítica

“Troco em Dobro” | Crítica

“Troco em Dobro”, a mais nova produção da Netflix, estrelada por Mark Wahlberg (Spenser), Winston Duke (Hawk/Falcão) e Alan Arkin (Henry) estrou hoje (06/03) no streaming. Assistimos na cabine de imprensa da Netflix e contamos agora o que achamos.

O filme conta a história de Spenser, um ex-policial de Boston que é preso por agredir seu superior. Anos depois, quando sai da cadeia, ele se vê na responsabilidade de investigar alguns acontecimentos suspeitos que envolvem seus ex-colegas de uniforme. Com a ajuda de Hawk, que está treinando para ser lutador de MMA, Spenser busca os responsáveis pelo assassinato de dois policiais que conhecia enquanto demonstra um alto padrão moral e ético, principalmente comparado ao resto da força policial de Boston.

Infelizmente, a única característica que dá alguma personalidade a esse personagem é essa: seu senso de justiça. Mark Wahlberg não sai de sua zona de conforto: o homem justo que algumas vezes abusa da violência, mas sempre em favor de um bem maior. Os outros personagens do longa também sofrem de uma superficialidade aparente, no entanto, a química que Wahlberg, Duke e Arkin compartilham rende momentos ótimos de ação e humor. Destaque para a comediante Iliza Shlesinger, interesse amoroso de Spenser, que traz leveza e risadas em todas as cenas que está presente com sua personalidade forte e inesperada.

Enquanto o roteiro funciona no humor, que se apresenta especialmente nos diálogos, a trama pode ficar difícil de acompanhar: Spenser descobre um enorme esquema de corrupção que não fica muito claro e deixa a impressão de que tudo que o protagonista fez foi em vão, já que os reais líderes nunca são pegos. Além disso, as verdadeiras motivações de Spenser e detalhes cruciais do enredo só são revelados no meio do segundo ato, o que faz com que a primeira metade do filme seja lenta e, muitas vezes, desinteressante.

No geral, “Troco Em Dobro” é um bom filme de ação, com ótimos momentos de luta e de comédia que mostram, principalmente, o excelente timing de Winston Duke. As cenas de ação podem ser impressionantes – com destaque para uma que envolve um caminhão. Os personagens são carismáticos e os vilões detestáveis o suficiente para que sua iminente derrota seja bastante satisfatória (apesar da sensação de que o grande esquema não sofreu um grande abalo). Não é excepcional, mas não precisa ser. É uma boa experiência cinematográfica e merece o seu clique (já que é da Netflix)!