“Toy Story 4” | Crítica
O novo “Toy Story 4” que chega aos cinemas e diverte, emociona e faz jus à franquia.
“Me promete que vai cuidar bem desses caras? Eles significam tudo pra mim!“, exclama Andy ao entregar seus brinquedos para a pequena Bonnie, pouco antes de se despedir e dirigir um último olhar a Woody e companhia, em “Toy Story 3“ (2010).
Além de todo sentimento ali presente o término da infância, o passar do tempo compartilhado por meio dos jogos e brincadeiras que perduram entre gerações.
Outro ângulo que foi explorado e torna a sequência uma das mais lindas e tocantes da franquia é a forma de como somos levados a nos identificar com o que realmente é humano. A despedida de Andy é o adeus do espectador aos personagens que nós acompanhamos por 15 anos e a afirmação de que a jornada se encerra ali com lindos propósitos e contemplações.
Muitos fãs torceram o nariz para a ideia desta continuação, havia mais ceticismo que empolgação. No entanto, com a chegada do filme as telonas, a ótima notícia foi que, no geral, nem de longe a obra decepciona.
O novo filme diverte e comove como seus antecessores. Na nova história, a turma é apresentada a um novo companheiro, Garfinho, criado pela garotinha Bonnie na escola.
Em meio muitas crises existenciais devido sua nova condição, Garfinho tenta fugir durante uma viagem da família, e sobra para Woody partir para o resgate, em uma aventura que o faz reencontrar velhos amigos e conhecer novos brinquedos.
Tendo seu roteiro escrito por Andrew Stanton e Stephany Folsom, e dirigido por Josh Cooley, o roteiro recorre a certas narrativas nostálgicas que funcionam muito bem, por exemplo o flashback para explicar a ausência de Bete, a pastora de porcelana, do longa-metragem anterior, e a repetição do mesmo conflito interno vivido pelo protagonista no primeiro filme, que mais uma vez funciona como motivação principal, porém, com reações e consequências diferentes.
Tais conflitos justificam as decisões por impulso de Woody. A personagem Bete promove uma bem-vinda reformulação e deixa de ser mero interesse romântico para ressurgir como algo além disso, além das experiências, habilidades e convicções de Woody.
Temos aqui também novos personagens. A boneca Gabby Gabby dá continuidade ao aprofundamento dos vilões em Toy Story, mostrando-se uma antagonista complexa porem incrível de uma forma tridimensional.
Já o Patinho e o Coelhinho trazem frescor, apresentando um tipo de humor inédito na obra. Nesta animação não existem tropeços, felizmente acontece tudo de foma perfeita em cada minuto de filme.
O final é convincente mesmo que contrarie os dois temas centrais da franquia. O diretor de forma alguma deixou a impressão de que o objetivo era oferecer um desfecho que tivesse o mesmo impacto emocional do filme anterior, nem tão pouco deixou a porta aberta para eventuais continuações.
Nada consegue prejudicar a experiência que é assistir “Toy Story 4“. Quanto ao seu futuro fica a mensagem: Tomara que seus realizadores continuem cuidando bem desses caras.