“Simonal” | Crítica
A cinebiografia de um dos clássicos cantores dos anos 60 e 70, Wilson Simonal chegou nesta quinta-feira (08/08) aos cinemas. “Simonal” conta um pouco sobre a sua introdução no mundo da música, o como ele conheceu Teresa sua esposa, o seu auge e o seu triste declínio ao ostracismo.
Numa época onde quem dominava as rádios e os festivais eram artistas majoritariamente brancos, Simonal chegou com seu carisma, sua presença de palco, e seu tom de voz inconfundível, ganhando um espaço no mundo da música que poucos artistas negros mesmo atualmente conseguiram.
Estando ao mesmo nível de Roberto Carlos em popularidade na época, a historia do cantor foi contada de forma bem coesa, dando muito destaque em sua relação um tanto conturbada com sua esposa, e suas conquistas num tempo onde o Brasil sofria com privação cultural, que culminou em uma revolução musical sobre muitos artistas e gêneros.
Com um trabalho incrível de caracterização em trazer de volta toda a ambientação dos anos 60, 70 e 80, a linha temporal foi respeitada, tornando a fotografia linda e bem trabalhada.
Fabricio Boliveira e Isis Valverde estão sensacionais, entregando atuações expressivas, cheias de atitude e encorporando duas personalidades difíceis e intensas.
Enfim, a triste historia de um dos maiores cantores que o Brasil já teve, finalmente poderá ser conhecida de forma mais “abrangente” e compreendida.
Uma critica ao espaço que é dado ao artista negro da época mas que ainda se reflete nos dias atuais. O filme também faz uma crítica ao boicote nocivo na carreira de um artista talentoso que morreu sem ter um merecido reconhecimento à sua grandiosa historia.