“Rocketman” | Crítica
Desde o anúncio de que haviam planos para um filme sobre a vida de Elton John, mesmo antes de um roteiro ou de ser ter algo concreto já sabíamos que teriam comparações com “Bohemian Rhapsody“. A ideia de se ter duas cinebiografias de grandes astros cada um em seu segmento com uma certa “proximidade” em produção era já aguardada, mas as coincidências param por aí, as abordagens são bem distintas.
Dirigido por Dexter Fletcher e com um elenco de peso, “Rocketman” está nos cinemas de todo o Brasil.
Reginald Kenneth Dwight, ou como o mundo conhece Elton John, tem uma história de vida bem típica, uma criança gordinha com uma família complicada, encontra na música sua válvula de escape para se tornar aquilo que sempre quis, passando por adversidade que todo grande astro tem que passar, seja ela pela pressão que a fama traz junto ao estrelato, ou a cobrança particular de permanecer notável, junto a tudo isso, a solidão e incompreensão, que ao se intensificar carrega junto a necessidade de fugir um pouco disso tudo de uma maneira “simples” é onde se apresentam os vícios.
Certo, contado dessa forma se assemelhe com muitas histórias que conhecemos, podendo apenas alterar os nomes, correto? Mas trata-se de um dos maiores artistas do mundo da música, que possui um peculiar modo de se vestir, e que antes de se tornar esse ícone mundial, passou poucas e boas, e o filme apresenta isso com riqueza de detalhes.
A trilha sonora é inserida como em tradicionais musicais, porém ao invés de substituir falas por músicas teatrais, são colocados os hits de sua carreira que se encaixam e dão contexto a cena, tendo assim referências ao que de fato está acontecendo, ou as reais intenções do que se baseou para a composição da letra.
Com grandes números coreografados dignos de espetáculo da Broadway, (o que eu não duvido nada implementar e fazer sua versão para os palcos nos próximos anos), destaque especial a música “Saturday Night Alright”, onde vemos uma das transições do longa, onde ocorre o salto temporal de sua infância para a adolescência, ambientado nas ruas junto a um parque de diversão, tudo muito animado, elevando ao máximo a vibe do filme.
As polemicas envolvendo o cantor também estão bem presentes, desde seu vício em drogas, o abuso do álcool, e seu consumismo se fazem necessárias por pedido do próprio Elton, afirmando querer tocar nestes assuntos por fazer parte de sua história, e aparentemente não ter vergonha do que já passou.
O longa trás de forma intimista parte do percurso desse que é referência em música de qualidade até hoje, explorando seus momentos de ápice e fraqueza sem medo de causar, a entrega de Taron Egerton ao personagem é realmente algo bonito de se acompanhar, é visível o quanto ele se dispõem a chegar o mais próximo possível do que a obra está se propondo a apresentar, dando vida a Elton de maneira Formidável.