“Retrato do Amor” | Crítica
O direror Ritesh Batra volta à suas origens diretamente da Índia. Esse é o pano de fundo do filme “Retrato do Amor“, que mescla um pouco do estilo Bollywood e toques de drama e romance, que também são especialidades de Ritesh.
O longa conta a história de Rafi (Nawazuddin Siddiqui), um homem que tenta construir sua vida em uma cidade da Índia e ajudar sua família, que mora em uma vila afastada, tirando retratos em pontos turísticos.
Durante um dia cansativo de trabalho o mesmo se surpreende ao fotografar uma moça que some antes mesmo que pudessem se conhecer. Por pressão social , Rafi se vê obrigado a casar, ou pelo menos a tentar acalmar a avó que lhe cobra muitas coisas. Após tanta insistência da senhora, Rafi sente o peso de suas responsabilidades e diz para a avó que sua noiva é a misteriosa garota da foto.
O que ele não sonhava imaginar é que sua avó iria até a cidade para conhecê-la, com isso Rafi sai a procura sua noiva fictícia e após explicar a situação em que se colocou, pede para a moça conhecer sua sua avó.
Com uma frequência de encontros, a moça, Miloni (Sanya Malhotra), que agora é amiga de Rafi, começa a conhecê-lo cada vez mais e os dois entram na sintonia de uma amizade colorida. Conforme ficam mais íntimos levemente começam a se apaixonar.
Miloni tem que lidar com os dilemas e pretendentes que seus pais arranjam. O que com certeza passa bem longe do real sonho de Miloni, que só deseja morar em uma pequena vila e aproveitar o melhor da natureza em uma vida simples.
Paralelo ao drama pessoal de cada protagonista, a obra traz personagens coadjuvantes, que são o apoio de Rafi e Miloni, e a incrível presença da memorável avó, que mostra a importância dos conselhos de vida vindos dos mais velhos, conforme a cultura.
O desenvolver do filme ocorre de forma fluida e num piscar de olhos o espectador se verá no final daquela história, aguardando por mais cenas que infelizmente não virão. O diretor consegue proporcionar um final de forma tão suave que quem assiste fica com a impressão de que ele poupou a todos de final evidente, onde as diferenças sociais são um fator decisivo numa história de amor na Índia.
“Retrato do Amor” é um filme meigo e doce, mas que traz uma dose de drama e alerta ao público para as pressões sociais que ainda existem de forma clara na sociedade, e deixa o espectador pensando se essas mesmas exigências sociais ainda estão em nosso meio de forma disfarçada, em forma de preconceito ou padrões.