Representante da Rússia no Oscar, “Sobibor” chega nesta semana nos cinemas brasileiros
Refazer uma história que foi aclamada é extremamente difícil, pois é óbvio que o público fará um comparativo direto entre o que é apresentado com o longa anterior. No caso do filme “Sobibor“, candidato russo ao Oscar de melhor filme estrangeiro, algumas considerações devem ser feitas para entender o objetivo da produção.
O enredo de Sobibor é alvo de diversos livros e artigos acadêmicos. É coerente dizer que Escape from Sobibor, obra criada para a TV dirigido por Jack Gold e vencedor de dois prêmios Globo de Ouro em 1988, popularizou o feito dos judeus liderados por Alexander Pechersky e inspirou outros filmes que buscavam o mesmo teor anti-nazista.
A produção russa, é uma iniciativa federal que contou com grande contribuição financeira do Ministério da Cultura local. O sucesso de bilheteria foi avassalador e só serviu pra provar que todo marketing em torno da história e da mitologia que envolve Sobibor não está esquecida.
O diretor Konstantin Khabenskiy acerta em cheio em derrubar a barreira dramática e focar também em tópicos secundários deixando o roteiro mais rico e completo, explorando bem os protagonistas da mais incrível fuga que existiu na Segunda Guerra Mundial.
Sobibor é uma obra que propõe um nível impecável de realismo, suas câmaras de gás e os esquadrões da morte são retratados com perfeição. Ou seja as fortes cenas de execução, ditam desde os primeiros minutos o ritmo do filme.
O desenrolar do roteiro ocorre na centralização de Sasha Pechersky Konstantin Khabenskiy, responsável por organizar a rebelião por conta dos abusos cometidos pelos nazista e por Karl Frenzel (Christopher Lambert) como principal responsável pelos horrores cometidos em Sobibor.
O filme é uma grande aposta do cinema russo, Sobibor apela para um drama existencial como se parte dos judeus no campo de concentração soubessem de todas as atrocidades cometidas pelos nazistas desde o começo Segunda Guerra Mundial, um anacronismo grave, mas que é usado com muita frequência no cinema.
No caso de Sobibor, felizmente a construção do filme privilegia bem o planejamento da fuga organizada e explica com exatidão as consequências de tal ato. O diretor conseguiu mostrar com maestria o espírito diabólico dos nazistas, não comprometendo o andamento do filme.
Sua narrativa não é questionável, ela é certeira e o mesmo podemos dizer do bom trabalho de fotografia e do ótimo
figurino, que conseguiu replicar com perfeição os uniformes nazistas. Sobibor é um filme de qualidade que poderá tranquilamente ser utilizado nas salas de aula do mundo a fora.
O filme entra em cartaz no cinema no próximo dia 25 de abril.