Regis Myrupu conquista prêmio de melhor ator no Festival de Locarno por “A Febre”, de Maya Da-Rin

Regis Myrupu conquista prêmio de melhor ator no Festival de Locarno por “A Febre”, de Maya Da-Rin

A Febre“, de Maya Da-Rin, conquistou o prêmio de Melhor Ator, para Regis Myrupu, em sua estreia mundial no 72º Festival de Locarno. Depois de receber três minutos de aplauso em sua exibição no festival. O longa agora terá sua estreia norte americana no Festival de Cinema de Toronto, na mostra Wavelengths (dedicada a filmes de linguagem mais arrojada), que acontece entre os dias 5 e 15 de setembro no Canadá.

A produção é da Tamanduá Vermelho e Enquadramento Produções, em coprodução com Still Moving (França) e Komplizen Film (Alemanha). No Brasil o filme será distribuído pela Vitrine Filmes. A Still Moving é responsável pelas vendas internacionais.

Primeira experiência de Regis Myrupu como ator, o longa foi considerado pela Cineuropa “Uma extraordinária oportunidade de observar a riqueza e complexidade de uma cultura“, enquanto o periódico italiano Cinque Quotidiano o aclamou como “um filme extraordinário“.

Estou muito emocionado com esse prêmio. Nós, povos indígenas, estamos vivendo um momento muito difícil. Não só nós, mas também a nossa casa, a floresta, está sendo destruída. Então, um indígena recebendo um prêmio como esse, mostra a nossa força e capacidade de atuarmos na sociedade não indígena, seja participando de um filme, seja como médicos ou advogados, sem que isso signifique a perda das nossas origens ou o esquecimento da nossa cultura”, afirma o ator. 

A trama narra à história de Justino, um indígena do povo Desana que trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua principal companhia é a filha Vanessa, que está de partida para estudar Medicina em Brasília. Como o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. Porém, sua rotina do porto é transformada com a chegada de um novo vigia. Nesse meio tempo, seu irmão vem de visita e Justino relembra a vida na aldeia, de onde partiu há mais de vinte anos.

Em Manaus, uma cidade industrial cercada pela floresta amazônica, Justino, um indígena Desana de 45 anos, trabalha como vigia no porto de cargas. Desde a morte de sua esposa, sua principal companhia é sua filha mais nova, Vanessa, com quem vive em uma casa na periferia. Enfermeira em um posto de saúde, Vanessa é aceita para estudar medicina em Brasília, e terá que partir em breve.

Com o passar dos dias, Justino é tomado por uma febre forte. Durante a noite, uma criatura misteriosa segue seus passos. Durante o dia, ele luta para se manter acordado no trabalho. A rotina tediosa do porto é quebrada pela chegada de um novo vigia. Enquanto isso, a visita de seu irmão faz Justino rememorar a vida na aldeia, de onde partiu vinte anos atrás. Entre a opressão da cidade e a distância de sua aldeia na floresta, Justino já não pode suportar uma existência sem lugar.