Pamela Yates é homenageada pelo Festival “É Tudo Verdade” | Acompanhe a entrevista
Indicada duas vezes ao Emmy, premiada no Sundance Film Festival, a cineasta Pamela Yates esteve no Brasil para participar de um encontro e receber homenagens pelos organizadores do “21º É Tudo Verdade” – Festival Internacional de Documentários.
Rapidamente, Pamela conversou conosco e nos contou que já é a décima vez que visita o país: “É um dos países mais interessantes do mundo e eu amo muito o Brasil”.
Pamela Yates também comentou sobre a diversidade na indústria cinematográfica e o quanto o desafio da inclusão nessa área ainda é um desafio, incluindo a presença feminina entre cargos importantes.
“Agora estamos pegando pra nós, ocupando esse espaço com o movimento “Time’s Up“, e muito mais mulheres estão emergindo a partir desse movimento. E muitas outras mulheres bem sucedidas na indústria cinematográfica, estão colocando também milhões de dólares na realização desses filmes.”
Sobre o cinema independente, ela também falou sobre as dificuldades de se promover produtos autorais em meio a grandes blockbusters lançados constantemente pelo mundo.
“Há espaço para todos, há filmes maravilhosos de ficção, cinema de arte como para documentários. Eu amo todos os filmes, embora meu foco é para com filmes sobre a luta pelos direitos humanos e a busca pela justiça. O problema não é exatamente o blockbuster em si, mas é que na verdade a maioria deles é dirigida por homens brancos. Com “Pantera Negra“, por exemplo, já percebemos que essa situação tende a melhorar, que estão apresentando outo tipo de cinema que também podem ser blockbuster. Têm diretores negros, mulheres negras que são diretoras, há uma série de diretores que estão imaginando o mundo diferente e é o que a gente faz no documentário. O que muitos fazem com tecnologia, recursos para efeitos visuais, nós o fazemos com as ideias. Atualmente, com o aperto de um botão, você pode entrar em todas as casas em diferentes plataformas, não necessariamente você precise de uma sala de cinema, apesar de que eu amo a experiência da telona.”
Discípula do diretor e fotógrafo Haskell Wexler (1922-2015), a quem retratou em “Cidadão Rebelde”, Pamela Yates é uma das mais importantes documentaristas americanas dedicadas a temas relacionados aos direitos humanos e à América Latina.
Yates concluiu no ano passado sua histórica “Trilogia Guatemalteca”. Realizada num período de 35 anos, a trilogia a um só tempo documentou e ajudou a alterar o destino da Guatemala, em especial de sua população maia.
Em parceria com o Human Rights Watch Brasil, o É Tudo Verdade apresentou pela primeira vez no país a trilogia na íntegra, na presença de Yates e de seu produtor, Paco de Onis.
Acompanhe o encontro na íntegra: