“Os Papéis de Aspern” | Crítica
Baseado no romance de 1888 do escritor Henry James, o filme de estreia do diretor francês Julien Landais, “Os Papéis de Aspern” chega aos cinemas neste dia 23 de Maio. Denominado como um drama psicológico, o longa narra um clássico da literatura americana/Inglesa, que possui grande renome no mundo todo, tendo destaque até mesmo em versões para o teatro.
Conhecemos então Morton Vint (Jonathan Rhys Meyers), um jovem editor norte americano, que possui um grande fascínio pela história e pelas famosas cartas do poeta Jeffrey Aspern, onde continham detalhes controversos e eram destinadas a sua amante Juliana.
Afim de ter mais detalhes em relação a estas obras, Vint viaja até Veneza e conhece uma misteriosa senhora e sua sobrinha, que guardam intensos vínculos ligados à sua pesquisa. Começa então o mistério por trás dessa “conexão”, e sobre do que realmente se tratavam tais mensagens, e se inicia um jogo de sedução, ambição, desconfianças e interesses.
A obra nos faz viajar no tempo, em uma época em que o romantismo se predominava em grandes proporções. Parte do empenho vem pela direção de arte, de maneira belíssima somos envoltos a uma Veneza antiga, cheia de personalidade e riqueza, mansões de alto nível, figurino mesclando o clássico ao contemporâneo moderno e uma trilha que combina o instrumental ambiente aos rifs de guitarra para dar intensidade.
Os flashs que ocorrem no decorrer do filme, trazendo ainda mais suspense aos fatos são abordados de forma interessante, os diálogos longos e literários com o elenco que, assim como num filme de suspense tradicional, vai se construindo e se moldando e dificultando ainda mais ao público em desvendar os segredos guardados.
Apesar de uma bela adaptação, ao assistir ao longa a sensação de algo inacabado insisti em se fazer presente dentro do enredo. Talvez por trazer um formato literário antigo e sem tantas reviravoltas, o clima permanece ameno demais e em alguns momentos beirando ao cansativo. Porém não deixa de ser um romance intrigante e com ótimas atuações.