Onde Fica o Paraíso | Crítica
Semana passada estreou nas plataformas de filmes On Demand “Onde Fica o Paraíso”, um filme sensível e muito bem produzido que com certeza merece sua atenção.
O longa se passa na Segunda Guerra Mundial, época onde Londres estava sendo evacuada, e boa parte das crianças eram levadas para serem abrigadas em pequenas cidades do interior.
Alice (Gemma Arterton), é uma escritora e pesquisadora solitária, que vive isolada, carrega em si muita dureza causada por situações do seu passado. Numa manhã bem atípica ela é surpreendida tendo que ficar responsável por Frank (Lucas Bond), um jovem curioso e amável que irá despertar lembranças que ela fazia questão de esquecer, mas que a trarão um novo olhar para sua vida.
Lendo a sinopse pode parecer se tratar de mais um drama com tema batido, sobre um laço de amizade e carinho que se forma despretensiosamente, mas acredite o filme traz reflexões muito maiores do que isso. Eis uma feliz surpresa ao assisti-lo.
Com um contexto histórico bem marcante e ao mesmo tempo bem particular, é intrigante acompanhar a Guerra numa ótica diferente. Nesse caso não temos tanta abordagem ao terror que acontecia na Europa, o filme traz um enredo introduzido em meio a tudo isso e que mostra as consequências nas pessoas que estão no aguardo da “normalidade”, seus medos, anseios e o impacto popular aos acontecimentos.
Numa vibe bem independente, é fascinante acompanhar o quão lindas são as paisagens da fotografia, e como contrasta com o plano de fundo, e ao mesmo tempo só agrega mais beleza em todo o desenvolvimento da história.
Uma narrativa emocionante sobre jornadas distintas que se cruzam e o surgimento de um amor fraterno incomum, cheio de diálogos belíssimos que prometem sensibilizar e derreter até o coração mais gelado.
Uma história maravilhosa sobre o amor em suas suas diferentes formas e sobre o quão ultrapassada e ignorante uma sociedade pode ser ao julgar a imagem da mulher que não carrega ideais ou uma postura tradicional perante sua comunidade numa época conturbada. É perceptível e triste perceber que o que é explorado no filme ainda se faz presente apenas em modos diferentes no mundo atual, quando o assunto é preconceito e exclusão. Vale a pena acompanhar.