“O Quebra-Cabeça”
Com produção de Marc Turtletaub (“Pequena Miss Sunshine“), o delicado filme “O Quebra-Cabeça” possui uma premissa simplória, onde narra a história da dona de casa Agnes (Kelly Macdonald), que passa todo o seu tempo à mercê de seu marido e filhos, esquecendo de suas individualidades, se descobre uma ótima montadora de quebra-cabeças.
Escondido de sua família ela começa a levar a sério este novo dom e acaba conhecendo o excêntrico Robert (Irrfan Khan) que além de conhecedor deste assunto está à procura de uma parceira para entrar numa competição.
Com um roteiro que opta pela simplicidade, este drama familiar trasborda sensibilidade.
Trilha sonora formada quase que inteiramente por um instrumental trivial, onde o piano se sobressai e torna as cenas serenas e afetuosas, e mesmo com tamanha doçura se encaixa com as mudanças comportamentais e entende o momento em apresentar apenas o silencio.
Há também uma abordagem no machismo oculto na típica família tradicional, o que infelizmente é bem comum e é retratado de forma verídica, causando desconforto pelo comodismo e aceitação.
O papel da mãe/dona de casa, sendo explorado em todos os sentidos, o colocar de lado a acessibilidade as tecnologias e modernidades, o priorizar o bem-estar do marido e dos filhos, o optar por guardar suas opiniões para si, e diversas outras situações que ainda pairam as mentes de muitas mulheres.
O filme narra a jornada de autodescoberta da felicidade individual de uma mulher que se colocou em segundo plano por anos, que conta com diálogos e circunstancias vulneráveis que são inevitáveis de não reconhecer em perfis que estão no nosso cotidiano.
Uma obra amena que merece atenção atenção do grande publico.