“O Professor Substituto” | Crítica
“O Professor Substituto“, filme em cartaz na edição 2019 do Festival Varilux de Cinema Francês, mostra todo o lado sombrio da adolescência.
Em uma escola do interior da França, uma tragédia acontece: o professor se suicida na frente dos alunos, jogando-se de um prédio. Como o ano letivo já havia começado, a escola resolve contratar um professor substituto Pierre Hoffman (Laurent Lafitte).
Já no primeiro dia de aula o professor entende que terá problemas, que colocarão em cheque sua autoridade e competência. O que começa como um simples incômodo no ambiente de trabalho, rapidamente se transforma em algo perigoso, e o novo professor tem certeza de que seus alunos estão tramando alguma coisa terrível.
O diretor Sebastien Marineir traz para discussão o tema do perigoso tédio que a geração millennials sente e o quanto essa angústia existencial está levando toda uma geração a uma apatia coletiva. Como a história se passa na França, temos um retrato aproximado do quanto a realidade do país mudou após os constantes atentados terroristas.
A atuação do núcleo jovem de atores é o ponto alto do filme, mantendo a tensão e o nervosismo desde a primeira cena em que aparecem, manipulando, chantageando, ameaçando e confrontando todo mundo. O destaque vai para a líder do grupinho, Apolline (Luana Bajrami), uma garota fria e calculista, que assedia os amigos para que sigam suas ordens e se tornem inabaláveis.
Apesar de algumas falhas convenientes e umas pontas mal amarradas no roteiro, “O Professor Substituto” é um suspense sobre um futuro inquietante que de cara, tira o espectador de qualquer zona de conforto.
É um filme que alerta para a delicada e conturbada adolescência de uma geração que está crescendo sem perspectivas alguma de vida.