O Poço | Crítica
O novo longa da Netflix é um retrato violento da humanidade. Confira nossa crítica COM SPOILERS.
Cheio de mensagens subliminares, O Poço, é extremamente arrebatador, pois, apresenta uma realidade que choca pelas diferenças sociais. Tudo isso tendo como base um mote: a fome. “Nenhuma mudança é espontânea”, essa frase norteia toda a história onde os ricos têm muito e os pobres não têm nada, precisando se matar para ter o que comer, literalmente.
Em O Poço podemos ver uma humanidade perdida em seu próprio eu, onde a ganância e o egocentrismo criam uma desigualdade social, muitas vezes violenta.
O Poço mostra que quem está numa classe social privilegiada, os de cima, não estão nem aí com quem está embaixo.
O sistema é injusto, e apresenta um cenário onde só o próprio ser humano é capaz de mudá-lo. Nesse caso Goreng (Ivan Massagué) é o ponto central, o revolucionário, que luta pela igualdade das classes, para que ninguém passe fome. É refletido como Dom Quixote, livro que ele leva com ele para o poço, o servidor do seu povo. Ou até mesmo visto como o messias, se sacrificando por todos. As mensagens escondidas estão por toda a parte no filme, assim como as teorias.
Podemos ver um Poço com 333 andares, que se multiplicado por 2 por andar teremos 666 pessoas, o número da besta. Refletindo como aquele local sendo o inferno com seus demônios agindo com maldade o tempo todo. Temos um final aberto e controverso, que apresenta uma criança como “a mensagem”. Mas que mensagem seria essa? E aí a teoria principal é de que ela é o fio de esperança para que o sistema de desigualdade possa ser quebrado.
O futuro da sociedade que começa tudo por um ato de compaixão do personagem Goreng que lhe cede o último alimento, a panacota, para que ela não morra de fome. Ela sendo enviada para a administração do Poço pode demonstrar que a humanidade tem jeito, que as mudanças podem ser espontâneas e que a compaixão e o ditado “ame ao próximo como a si mesmo” são possíveis.
O Poço é um tapa na cara da sociedade e um filme extremamente necessário para enxergarmos uma realidade dura, mas mutável. Assista e tire suas conclusões.