“O Irlandês” | Crítica
Estreia hoje (14/11) em cinemas selecionados e no dia 22/11 na Netflix a mais nova aposta audaciosa do serviço de streaming, o filme “O Irlandês”.
Dirigido por um dos mais renomados diretores do todos os tempos: Martin Scorsese (“Os Infiltrados“, “Ilha do Medo” e “O Lobo de Wall Street“), e com um elenco de extremo talento e respeito: Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci, orçado em aproximados US$1 50 milhões de dólares, esse possivelmente é o projeto cinematográfico mais ambicioso da Netflix.
No longa acompanhamos Frank Sheeran (Robert De Niro), veterano da Segunda Guerra Mundial que trabalha como motorista, entretanto ocasionalmente acaba se “aliciando” a máfia e seus crimes organizados, tornando-se assim um assassino de aluguel requisitado na época. Ao mesmo tempo que provém o sustendo de sua família, Frank cada vez mais se infiltra em situações predominantes dos mecanismos da máfia local, rivalidades, e associação política.
Tendo como base do roteiro o livro “I Heard You Paint Houses“, onde o autor Charles Brandt entrevistou o verdadeiro Frank Sheeran, dentro de 3h30 de filme conhecemos a história do ex mafioso com uma riqueza de detalhes descomunal, são inseridos fatos importantes da história americana que se conectam com a sua jornada, e claro um destaque preciso ao seu envolvimento com o líder sindical Jimmy Hoffa e seu desaparecimento.
O filme tem um ritmo totalmente único, muitas vezes acaba sendo lento, mas a história te prende de maneira avassaladora. Os fatos vão acontecendo, a vida do protagonista vai mudando e cabe a nós nos surpreender junto ao personagem a que ponto as coisas vão chegando, então o que poderia se caracterizar como defeito funciona como qualidade.
Enquanto Robert De Niro nos proporciona camadas de um personagem cujo a personalidade vai se desenvolvendo dentro de um sistema atípico, dando um tom curioso e humano a Frank mesmo com sua frieza em assassinar pessoas sem ponderar em seus resultados, temos Joe Pesci com seu modo ávido e calculista, beirando o sombrio, com olhares impiedosos, mas sem forçar para o lado vilão. Um perfeito mafioso, com sua nítida imponência e significância.
Já Al Pacino traz o apelo popular, como Jimmy Hoffa ele se sobressai com sua atratividade, um líder nato que apesar de escolhas duvidosas se destaca por sua celebre personalidade, e mais um “festival” de boas atuações por parte de um elenco formidável.
Diálogos longos e expressivos, cenas intensas e atuações dignas de “gigantes”, afirmando ainda mais o talento dos envolvidos ao projeto, “O Irlandês” tem tudo para se tornar um novo clássico na filmografia de quem está incluso em todo o desenvolvimento e merece reconhecimento por parte da crítica, sigo torcendo para que brilhe na temporada de premiações.