O Homem Invisível | Crítica
“O Homem Invisível” acerta no clima de tensão e se atualiza ao falar de relacionamentos abusivos. Filme utiliza suspense e medos da vida real para deixar espectador grudado na poltrona
O novo filme da Universal chega nas telonas nesta quinta-feira (27/2) deixando para trás a antiga mistura de ficção científica, violência e sexo não consentido que vimos em “O Retorno do Homem Invisível” e “A Mulher Invisível”. Dirigido por Leigh Whannell, roteirista de Jogos Mortais e Sobrenatural, “O Homem Invisível” traz à tona a problemática atual dos relacionamentos abusivos e todas as suas faces obscuras.
O longa conta a história de Cecília (Elisabeth Moss -The Handmaid’s Tale), uma mulher traumatizada pelo relacionamento abusivo vivido com o milionário Adrian (Oliver Jackson-Cohen), um gênio da óptica.
Quando recebe a notícia de que o ex teria cometido suicídio sua vida começa a entrar nos eixos até que acontecimentos estranhos começam acontecer a sua volta. Estaria ela louca pelo trauma ou realmente seria possível estar sendo perseguida pelo companheiro abusivo dado como morto?
Whannell constrói o clima de suspense desde a primeira cena quando a protagonista foge de casa na ponta dos pés e faz a narrativa crescer ao trabalhar a ideia de ameaça invisível. O diretor acerta em deixar o medo em cenas de vazio criando expectativas do que irá acontecer.
Se tem jump scare (“pulo de susto”)? Sim, mas são utilizados na medida certa e acontecem em momentos de tensão genuína em que o espectador está totalmente entregue a atuação de Elisabeth Moss. Medo, ansiedade, insônia, sensação de perseguição, tudo isso é mostrado com maestria pela atriz em uma atuação forte e convincente que leva o espectador para dentro da história.
A mixagem de som e a fotografia engrandecem o clima de tensão, mas o filme peca com reviravoltas mirabolantes e algumas cenas de violência em que o homem invisível é o executor das agressões. Apesar de se perder nesses momentos, o filme moderniza o terror do escritor H.G. Wells (O Homem Invisível, de 1897) trazendo-o para a atualidade. O longa tem tensão, confrontos e emoção real que fazem valer à pena!