“O Diabo de Cada Dia” | Crítica

“O Diabo de Cada Dia” | Crítica

“O Diabo de Cada Dia”, novo filme da Netflix, é uma linha tênue que separa Deus e o Diabo.
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Com um elenco estelar o filme escancara o pior de cada um de nós, colocando a vingança, as intrigas e os segredos como mote de histórias aterrorizantes. Grande parte delas tem como base a fé. No caso do filme uma fé completamente deturpada, onde a conveniência e a imoralidade é que a dominam.

O diabo, aquele monstro chifrudo e com tridente na mão realmente existe? No filme ele é mais real do que essa simbologia, já que o objetivo é mostrar que cada pessoa tem um diabo escondido dentro de si e é capaz de deixar ele aflorar diante de uma injustiça ou em busca de vingança.

O filme inclusive critica veementemente o extremismo religioso e as crendices de quem se vê dominado por uma fé cega, que não consegue enxergar males dentro do próprio ciclo religioso. O fato é que não é porque aquela pessoa está dentro da igreja que ela é santa. Tanto que ao longo do filme temos personagens supostamente guiados por Deus, mas que na verdade estão apenas utilizando dessa “fé” como um apoio para justificar seus erros e maldades.

E nessa linha temos que destacar Bill Skarsgård (Willard) com uma atuação innb  tensa, insana e que é o reflexo do mal que o extremismo religioso pode causar.

Temos um Robert Pattinson com atuação pontual e importante nesse viés religioso, mostrando a obscuridade e o pior dos bastidores da igreja.

Ele é o santo na frente da sua assembleia e o diabo quando ninguém está vendo. Por outro lado temos um Tom Holland praticamente incrédulo, apesar da fé da avó e do pai, mas que é o contraponto da religião. Ele é o homem em busca da vingança e que quer apagar todos os erros por meio da violência.

Para ele pessoas que não são boas se tornam descartáveis. “O Diabo de Cada Dia”  aposta nos bons diálogos, numa fotografia de arrasar, com cenas fortes, chocantes e não se preocupa tanto em aprofundar suas tramas de fundo, nem nos porquês muitos dos personagens se tornaram opressores, violentos, corruptos e canalhas.

São 2h18 de um thriller psicológico bom, assustador, mas muito mais do que isso pega nosso calcanhar de Aquiles por apresentar uma realidade tão presente no mundo.