Mulher-Maravilha 1984 | Crítica
Após alguns adiamentos neste ano complicado, que impactou diversos lançamentos, estreia nessa quinta-feira (17) nos cinemas, como um presente de Natal, Mulher-Maravilha 1984. Já assistimos o filme com exclusividade, a convite da Warner, e contamos agora o que achamos.
Após o sucesso estrondoso do primeiro filme e a presença sempre notável e brilhante nas demais obras da DC para o cinema, a grande questão era: será que Patty Jenkins conseguiria suprir as expectativas dos fãs e fazer algo tão excelente numa continuação como foi o primeiro? E sem sombra de dúvidas a resposta é, com um sorriso no rosto, SIM.
Nessa nova jornada de Diana (Gal Gadot), ambientada na década de 80, vemos a protagonista mais solitária, ainda marcada pela perda de seu grande amor, tentando levar uma vida normal revezando entre seu trabalho no museu e sua “função” como heroína na cidade.
Após um grande assalto alguns artefatos de origem, até então pouco conhecidos chegam ao Museu. Teorias da proveniência de tais objetos carregam grande importância e a posse de tais peças podem acarretar grandes problemas.
Um receio que me ocorreu antes mesmo de assistir ao filme foram os diversos trailers divulgados, e o como isso poderia de alguma forma prejudicar a história, nos antecipando demais o que aconteceria no longa, mas surpreendentemente, tudo de melhor foi realmente guardado. Chega a ser impressionante como a experiência segue intacta nesta questão, é tão mais abrangente e grandioso, que boa parte do que foi mostrado serviram apenas como um “aperitivo”.
Mulher-Maravilha carrega uma essência vanguardista muito distinta dos tradicionais filmes de super-heróis populares de hoje em dia, trazendo em sua construção cenas que remetem essas semelhanças as produções do passado, mas com elementos e linguagem atual, justamente para não parecer ultrapassado.
Este se passado nos anos 80 é perceptível a homenagem feita, a abordagem dos vilões, os “takes” em câmera lenta, o narrar da história, a trilha instigante em momentos mais épicos, são algumas das ricas características que transpassam apenas o figurino e os cenários de época. Esses elementos podem parecer piegas ou até antiquados em primeira instancia, mas ao observar friamente percebe-se o conceito proposital por trás.
Sobre o elenco, tentarei ser breve, pois como afirmei anteriormente, os trailers serviram apenas como uma introdução a história e os personagens em si pouco se sabe a respeito. Gal, que permanece deslumbrante em todos os sentidos, é como se tivesse nascido para ser a Mulher-Maravilha. Ela está mais madura, intensa e confortável no papel. Kristen Wiig é uma grande surpresa e é de se admirar o empenho dela na construção de cada “camada” de sua personagem. Pedro Pascal está impressionantemente incrível, o modo com o seu personagem vai crescendo no decorrer do filme é brilhante e sem surpreender ninguém pelo talento e carisma. Pedro consegue divergir nossas emoções em relação as suas ações de modo muito positivo, e por fim Chris Pine, que cumpre bem o que lhe proposto, sem grandes destaques (além do mistério de como ele voltou, se havia morrido no filme anterior).
Enfim, Dina está de volta, e valeu muito a pena esperar! O longa carrega uma proposta diferente e bacana demais, unindo todas as qualidades do seu antecessor, e acrescentando ainda mais personalidade e ambição. Mesclando mais a humanidade da protagonista junto a uma mensagem de aceitação em vários sentidos da palavra e um clima nostálgico. Espero de coração que o público entenda e embarque nessa jornada. É muito difícil que o filme alcance uma bilheteria estratosfericamente grandiosa como era esperado antes da pandemia, e das recentes mudanças nos planos da Warner, mas torço para ter um número considerável ao ponto de cogitarem um terceiro.