Minha Irmã | Crítica
Minha Irmã estreou estreou essa semana nos cinemas e logo se destaca por ser escolhido da Suíça para buscar uma vaga no Oscar na categoria melhor filme estrangeiro. O filme acompanha Lisa (Nina Hoss), uma dramaturga que se encontra numa posição muito difícil quando seu irmão gêmeo Sven (Lars Eidinger) é diagnosticado com câncer e ela precisa tomar conta dele.
Definitivamente, o destaque deste #filme são as atuações da dupla principal Nina Hoss e Lars Eidinger. Eles demonstram não só uma intimidade e familiaridade típica de irmãos gêmeos, mas também, quando separados, dão profundidade e perspectiva aos seus respectivos personagens. Nina Hoss consegue expressar o desgaste e sofrimento em seu rosto enquanto Lars Eidinger se entregou ao papel fisicamente cortando o cabelo e emagrecendo. Ambos são impressionantes e hipnotizantes.
Outro aspecto digno de nota é o roteiro: sem uma estrutura conhecida “hollywoodiana”, o filme não mastiga as informações para o público e não tem cenas de exposição – muitas vezes se passam alguns minutos sem diálogo e entendemos a cena somente pelos gestos e expressões dos atores, o que mostra grande confiança não só na performance dos intérpretes mas na sensibilidade do público.
O roteiro trata o espectador com respeito e maturidade e é um sopro de ar fresco pra quem só costuma ver filmes americanos.
Juntos – roteiro e atuações – e com o auxílio da escolha de gravar a grande maioria das cenas com a câmera na mão, o filme é muito íntimo e realista dando a sensação que estamos invadindo a privacidade de uma família num momento muito delicado. Isso torna a experiência não só interessante, mas empática: sentimos pelo drama de Lisa e conseguimos nos relacionar com a situação, seja ter que cuidar de um ente querido doente, ou um parceiro egoísta ou a falta de inspiração para escrever.
Todos esses aspectos unidos constroem um filme sincero sem muita preocupação em ser nada além da história desta família, mais especificamente, destes irmãos e o que o câncer afetou na vida de todos. É triste, pesado em muitos momentos, mas real, muito bem escrito e atuado e uma boa reflexão sobre vida e morte.