“Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” | Crítica

“Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” | Crítica

Com apenas dois longas compondo sua carreira como diretor Ari Aster, possui um  trabalho impactante e extremamente relevante para o mundo cinematográfico. “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite“, juntasse  ao antecessor “Hereditário” como um filme, perturbador. A obra possui uma narrativa bem construída.

Acompanhado de uma trilha sonora marcante – durante seus 138 minutos de duração. O filme nos passa a impressão de que não há pontos altos ou baixos, se mantendo constante totalmente. Não há momentos de puro terror ou cenas que levam ao ápice.

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” tem o mérito de se manter linear e intrigante durante todo tempo. Para alguns que vão ao cinema com a expectativa de ver um filme de terror assustador aos moldes de “Hereditário” volte para casa. “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” é muito mais diabólico.

O filme traz a história de Dani (Florence Pugh), uma mulher que, após uma perda trágica, resolve embarcar em uma viagem organizada por seu namorado Christian (Jack Reynor) e os amigos Josh (William Jackson Harper), Mark (William Poulter) e Pelle (Vilhelm Blomgren) para o vilarejo de Hårga, em Hälsingland, na Suécia. O destino não é escolhido por acaso: Pelle, estudante sueco que está nos Estados Unidos por causa da faculdade, faz parte de uma pequena comunidade em Hårga, que irá comemorar naquele ano o Festival Midsommar que dura nove dias e acontece durante o solstício de verão. Não há noite durante esses nove dias, tornando a ideia de tempo confusa.

Ao chegarem ao vilarejo, todos os estrangeiros são muito bem acolhidos, aprendendo sobre a cultura local e sua tradição. Chás alucinógenos e todos os tipos de ‘drogas‘ naturais são utilizadas pelos moradores, tornando a festividade bem atrativa. O fato de Christian e Josh serem antropólogos torna a experiência muito mais relevante, pois é uma forma de estudar uma cultura diferente, que possuem seus próprios rituais e crenças.

A forma como o diretor consegue construir a narrativa em torno dos personagens é perfeita. Principalmente pelo fato de todo o desenrolar da trama acontecer ao longo do dia, sem artifícios de sustos durante a noite. Sua fotografia é deslumbrante, demonstrando o quão única é a experiência que aqueles convidados estão tendo. O mais incrível da trama está no desenvolvimento de Dani, que passa de uma mulher submissa e cheia de inseguranças, para uma mulher decidida e ousada. “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” é um filme sobre superar relacionamentos.

Florence Pugh está perfeita no papel, entregando uma atuação  perturbadora. A cenografia é outro tema relevante de “Midsommar – O Mal Não Espera a Noite“, em suas mini maquetes perturbadoras  Ari Aster utiliza de quadros, escrituras, ilustrações e símbolos a todo momento, como se tentasse alertar aos personagens, e a quem está assistindo ao filme, o que pode vir a acontecer. Como um grande ritual a trama mostra a todo momento elementos que validam a escolha de cada um dos personagens naquele vilarejo.

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite” é um filme para ser assistido com atenção, pois a cada minuto existe algum elemento ou algum diálogo que pode fazer toda diferença.

Assim como “Hereditário“, é o tipo de filme que abre espaço para inúmeras teorias, tornando sua relevância enorme a longo prazo. Temos aqui uma obra incrível que deve ser apreciada e aplaudida.