Lollapalooza: Primeira noite é marcada por show intimista de Sam Smith e o rock do Arctic Monkeys
Em uma noite marcada pelo pop, São Paulo se rendeu aos veteranos do indie rock Arctic Monkeys, que fizeram um show explosivo que infectou 80 mil pessoas no primeiro dia do festival Lollapalooza, realizado no autódromo de Interlagos, na capital de São Paulo.
Como a tradição britânica dita, os primeiros acordes do grupo britânico tocaram exatamente às 21:00, pelo horário de Brasília, e o show começou com nada mais do que “Do I wanna know“, o símbolo da música que moldou uma geração inteira.
O show, que encerrou a noite no palco principal, contou com equilíbrio de passado e presente, diante de fãs que se dividiram quanto ao novo álbum com um tom mais melancólico e introspectivo: “Tranquility Base Hotel & Casino”.
A tática do grupo foi de iniciar e terminar a apresentação com músicas mais conhecidas do público e mais pesadas… o que deu certo!
Do rock para uma pegada mais pop romântica, a noite também foi dele: Sam Smith. Queridinho pelo público, o cantor entoou inúmeros sucessos e proporcionou um imenso karaokê no Lollapalooza.
Sucesso como ‘I’m Not the Only One’, ‘Stay With Me’ e ‘Too Good at Goodbyes’ estiveram no repertório do inglês e embalaram a noite que agradou aos fãs e também a ele próprio. “As plateias no Brasil são as melhores do mundo. Obrigado a todos. Eu voltarei sempre que me quiserem“, disse Sam durante o show.
O primeiro dia de shows também contou com a apresentação da banda The 1975. Ah, assim como Arctic Monkeys, eles também foram super pontuais como bons britânicos que são. A banda começou com os primeiros acordes pontualmente às 17 horas nesta sexta-feira (05/04).
Destaque para o momento com touca com orelhinhas no vocalista durante a música “Sincerity Is Scary” e com suas caras e bocas, o vocalista Matty Healy se destacou e dominou o palco. “I Like America & America” foi o tom crítico ao porte de armas nos Estados Unidos e ainda teve ‘briga’ com a câmera durante a apresentação, com Matty encarnando o personagem paranoico de suas letras.
Ao final, o telão exibia a frase: “O Rock in Roll morreu!”. Será?
Destaque para duas performances tupiniquins no festival. O primeiro destaque vai para a banda Scalene. Os músicos que ganharam projeção nacional no Reality show “SuperStar” da Rede Globo fez o público cantar em coro por vários momentos em um sol escaldante.
O tom político de protesto surgiu durante a música “Distopia”. Enquanto cantavam: “Homens de terno, podres por dentro….E a bíblia na mão, bíblia na mão…Pregam o ódio, intolerância….”, imagens de diversos políticos apareciam no telão, incluindo do presidente Jair Bolsonaro.
E outra performance brasileira de destaque ficou por conta dos Tribalistas, que podem não ter realizado o melhor show desde que retornaram em turnê (esse foi o último show dessa turnê), mas conseguiram provar que MPB pode empolgar no palco de um festival que recebe tantos artistas de fora.
Não foi o melhor show, microfonias atrapalhavam a condução de várias músicas e a falta de interatividade entre os membros também prejudicava a apresentação; porém Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown trazem grandeza para um palco que se torna pequeno.
Além disso, foi aquele momento de cantar bem alto sucessos como “Velha infância” e “Já sei namorar”, músicas que diga-se de passagem tocam direto em rádios espalhadas pelo Brasil desde que foram lançadas em 2002; mas nunca perdem seu ‘charme‘.
O show contou com músicas que se equilibravam entre os dois trabalhos lançados.
O sábado, segundo dia de Lollapalooza, contará com os destaques do hitmaker Lenny Kravitz, da banda inddie Kings of Leon e do rapper Post Malone.
O line-up completo, com horários de palcos com todos os shows, pode ser conferido no site oficial do Lollapaloza.