King Richard – Criando Campeãs | Crítica
Estreia hoje (02) nos cinemas mais uma promessa de vaga cativa na temporada de premiações, “King Richard – Criando Campeãs”, dirigido por Reinaldo Marcus Green, e protagonizado por Will Smith. Assistimos o filme a convite da Warner Bros. Pictures e contamos agora o que achamos.
O longa narra a história de Richard Williams, pai e treinador das atletas Serena e Venus Williams, contando como ele sempre planejou e sonhou com a carreira bem-sucedida das filhas desde o início, e explica melhor como foi criar e aperfeiçoar duas das maiores estrelas do tênis no mundo.
Trata-se de uma cinebiografia num estilo bem semelhante a trabalhos já realizados por Will, contudo carrega uma mensagem motivacional muito interessante e importante, pois o impacto criado pelos nomes retratados no filme são grandiosos, e simbolizam muito mais do que uma história que resultou no sucesso.
Numa abordagem simples, vemos o quão desafiador foi o início desse sonho, retratando muito bem a imagem desse homem, que desde o princípio sempre optou por uma linha de criação “rígida”, pensando no futuro e em como o trabalho duro em cima de suas filhas resultaria num bem maior. Porém, tendo em vista que tratava-se de crianças, que sim tinham seus planos almejados, o filme cria questionamentos sobre o quanto é injusto oferecer grandes responsabilidade para uma criança tão cedo.
Focando no quão determinado foi esse caminho, o filme acaba dando uma atenção excessiva ao perfil de Richard, quando em alguns momentos poderiam ser voltados as jovens, e no quão árduo foram seus anos de dedicação ao esporte.
Outro questionamento que senti falta de maior atenção, que sim foi explorado, mas que merecia ainda mais evidência foi o fator racial. Estamos falando de duas atletas negras num esporte majoritariamente branco, obtendo treinamento e convivendo boa parte de sua adolescência quando escolheram ser profissionais, numa comunidade onde não havia representatividade. Entendo e também acho válido e incrível que o diretor preferiu mostrar o quanto elas estavam revolucionando esse cenário, não dando espaço para qualquer dubiedade quanto ao poder que elas tinham nas mãos e que elas eram a visibilidade de futuras garotas negras no esporte, mas acredito que houve frustrações em suas narrativas pessoais por não se reconhecer num ambiente onde não se veem iguais, e seria ainda mais interessante mostrar isso, e o quanto essa questão as motivaram ainda mais.
O filme é uma agradável surpresa, muito bem construído, emocionante, e alguns momentos quase didáticos em como apoiar os sonhos dos filhos ou de qualquer pessoa, claro houve uma grande romantização em alguns temas e “pontas soltas” relacionados a Richard Williams, mas a obra é inspiradora, Impossível não sair da sala de cinema motivado e com os olhos marejados.
PS: um destaque todo especial aos créditos, mostrando imagens reais ao som de Be Alive da Beyoncé, que faz qualquer um se arrepiar.