“Um Dia de Chuva em Nova Iorque” | Crítica

“Um Dia de Chuva em Nova Iorque” | Crítica

Um Dia de Chuva em Nova Iorque” finalmente estreia nesta quinta-feira, dia 21 de novembro. A mais recente obra de Woody Allen, mesmo sofrendo algumas dificuldades nos Estados Unidos, chega a vários países da Europa este outono. E assim se filma mais uma carta de amor extremamente apaixonada a Nova Iorque.

A linha produção cinematográfica de Woody Allen viu-se prejudicada, quando sua filha voltou à comunicação com as alegações de abusos sexuais cometidos por Allen. No meio do retorno desta polêmica, os dois dos jovens protagonistas do filme decidiram marcar presença também, doar os seus salários a instituições. Foram eles Selena Gomez e Timothée Chalamet.

Chalamet estava em um momento muito corrido de sua agenda e, embora tivesse afirmado anteriormente que era um sonho poder colaborar com o diretor, infelizmente tudo foi diferente com a publicidade negativa contra Woody Allen. Por isso, a obra ficou arquivada, até ao momento em que uma Europa pouco influenciada pelos fatos decidiu dar uma nova vida ao filme.

Um Dia de Chuva em Nova Iorque” segue a mesma estrutura e mood de muitos outros filmes de Woody Allen. Passa-se em um cenário presente, mas o sentimento é de nostálgico glamour, de pianistas em bares de jazz, bailes no Uper East Side, estúdios de cinema em Queens e homens e mulheres a fumar exageradamente.

Há também referências aqui e ali a elementos contemporâneos, de uma nostalgia vincada por um tempo que infelizmente não volta mais, e por uma Nova Iorque que já não existe. Embora esta criação esteja cercada de uma certa artificialidade, não existe nada que enfraqueça sua narrativa ao ponto de se tornar desnecessária. Tudo isso porque existe uma intencionalidade por detrás de toda essa estética.

O nosso protagonista, Gatsby (Timothée Chalamet), é totalmente melodramático como o personagem do livro que provavelmente assim o batizou. Enxerga a vida sem grandes emoções e, parece tal como o Gatsby original, retirado de uma obra dos anos 20. As suas atividades favoritas? Tocar piano, beber whisky e jogar Poker e Blackjack. Por isso, parece muito mais um personagem tipo do que alguém real.

Uma coisa é neste filme, Nova Iorque é a cidade-musa que já não era filmada pelo diretor há quase uma década, na minha opinião “Um Dia de Chuva em Nova York” é o roteiro mais competente de Woody Allen desde “Blue Jasmine“.

Temos aqui um conto de encontros e desencontros, o filme expressa exatamente o que o título promete, um dia inteiro, chuvoso, em Nova Iorque, onde Gatsby (Timothée Chalamet) e Ashleigh (Elle Fanning) são um casal de universitários. Ela vem do Arizona, ele de Nova Iorque. Ambos são ricos e proeminentes.

Quando a namorada marca uma entrevista com o famoso e conceituado realizador Rolland Pollard (Liev Schreiber), o casal planeja passar um fim de semana romântico em Nova Iorque. Contudo, uma entrevista de uma hora transforma-se em uma verdadeira tragédia, e o casal acaba separado durante a grande parte da acção, para desespero do pobre garoto e estes encontros e desencontros se tornam bastante divertidos, provocando uma real diversão em quem esta assistindo.

A obra ainda conta com interpretações de Jude Law e Diego Luna nos restantes dos papéis. O filme é produzido de uma forma que te deixa encantado, aliás é uma obra que te leva a emoção. Por isso, o filme se torna uma boa dica para você assistir.