Já vimos! “Maligno” chega nesta semana nos cinemas
Juntando a menina de Orange is The New Black, o garoto da capa amarela e balão vermelho e os olhos de David Bowie temos The Prodigy, que traduzido para português resultou no titulo Maligno.
A tagline do pôster, diz que “há algo errado com Miles”, Miles é o protagonista do filme, interpretado por Jackson Robert Scott.
A questão é que não é só Miles quem tem algo de errado, já que o novo filme do diretor Nicholas McCarthy, acumula-se de tantos problemas que interferem muito no resultado final da obra. Sua direção é sonolenta, prejudicando diversos ângulos, sendo assim a obra não funciona devido ao cenário e seu roteiro excessivamente previsível e indeciso.
Miles tem oito anos de idade, e é um garoto super inteligente em algumas áreas específicas, ao mesmo tempo em que se desenvolve de maneira um pouco atrasada em outras relativamente mais fáceis. Na verdade, é difícil dizer o que exatamente há de errado com Miles, uma vez que o roteirista não deixa isso claro.
O garoto parece sofrer de algum tipo de autismo moderado, principalmente pela maneira estranha com que ele interage com sua mãe, Sarah (Taylor Schilling), que está cada vez mais preocupada com o garoto. Contudo, as coisas ficam realmente esquisitas quando Miles começa a xingar sua mãe em um idioma estranho.
Maligno se desenvolve mais de acordo com a fórmula do clássico A Profecia, do que com a composição genérica dos filmes sobre crianças malignas.
A questão é que tal fórmula já está muito ultrapassada: Jovem Mãe dá à luz a uma Criança Violenta; Médicos encontram alguns sinais de preocupação com relação à criança, mas reasseguram a mãe de que não há nada para se preocupar; A Criança começa a agir estranho; A Mãe passa a se preocupar a ponto de consultar um Espiritualista, que diz à mãe que seu filho tornou-se hospedeiro de um grande espirito maligno; A mãe não acredita no espiritualista até coisas piores começarem a acontecer; Então a mãe decide resolver as coisas com as próprias mãos, o que pode ou não ser tarde demais.
Resumir um filme desta forma pode parecer arrogante ou até preguiçoso, mas eu posso assegurar a vocês de que não há nada em Maligno que vá além do que é citado no parágrafo acima.
O filme é repleto de clichês e sustos manjados que com certeza o diretor deve ter tirado de outros tantos filmes de horror.
Sarah e seu marido, John (Peter Mooney), não só são chatos de se olhar, como são chatos só de se pensar neles. A dupla toma uma série de decisões genéricas bastante ruins ao longo da narrativa, além de serem personagens muito mal desenvolvidos pelo roteiro.
Então, se há algo de errado com o garoto, é que McCarthy não fez muito pelo seu personagem. Ele o deixou tenso ou nervoso esperando que os espectadores ficassem impressionados com isso, afinal, crianças más são horripilantes! Não? Infelizmente, nem as cenas de susto do filme são bem executadas.
Os personagens parecem descer as mesmas escadas escuras do filme infinitamente, apenas para que o público seja “surpreendido” por um jump scare mais do que óbvio.
Maligno, infelizmente, não foi um filme bem concebido e isso o torna ruim.