“John Wick 3: Parabellum” | Crítica
O universo de John Wick (Keanu Reeves) torna a crescer e mostra como ir além de tiros e de uma bela estética. Desde o primeiro filme, a palavra “noir” se destaca, como uma explicação, uma justificativa, para a trama do assassino aposentado que “volta ao jogo“ por um motivo, aparentemente, pequeno: recuperar seu carro e vingar a morte de seu cachorro. E coitado de quem mexer com o cachorro de John!
Ao inverso de “João das Neves” (fica a referência explícita a “Game Of Thrones“), ele cuida de seu animalzinho com muita dedicação e fidelidade. Analisando sua estética, a obra trabalha muito o efeito Neo-Noir: suas cores são escuras e profundas em contrastes de azul e rosa e com muitas sombras em brilhantes recortes, sem esquecer o clima, sempre chuvoso da grande metrópole, intercalando excêntricos cenários que clamam o perigo e a sujeira da marginalidade de um universo secreto escondidos atrás de paredes nada suspeitas.
A franquia John Wick traz o tipo de filme fácil de amar, com uma narrativa impossível, mentirosa e extremamente engraçada suas cenas de ação beiram ao cartunesco divertindo maravilhosamente bem, com uma aposta pesada nos visuais mais noturnos.
Keanu Reeves esta mais velho! É difícil acreditar nessa frase, mas o tempo finalmente o alcançou, e se você espera ver cenas similares as lutas de “Matrix“, vai se desapontar um pouco. O ator já não consegue manter o ritmo combativo das cenas.
Em meio a tiros, brigas, pactos de sangue e juramentos esses tais elementos são suficientes para definir esse universo. A nova obra, já deixa clara as pretensões de ser maior, mais barulhento e mais violento.
No novo filme por mais mirabolantes que os confrontos sejam, eles são relativamente incríveis, e a forma como eles se amarram à progressão da história tornam esta produção uma obra com diálogos engraçados que agradam bastante ao ponto de o filme ser um ótimo exemplo para assistir e relaxar no domingo.
Derivado, diretamente, do provérbio em latim “Si vis pacem, para bellum” ou “se quer paz, prepare-se pra guerra”. “John Wick 3: Parabellum” define bem o papel de John (Keanu Reeves), e o futuro que ele vem desenhando desde o primeiro filme.
A disposição de, mesmo só, criar uma batalha contra tudo e contra todos para viver a memória do que realmente se ama parece cafona, mas é bem Noir. Isso define bem as motivações que levam nosso assassino pelo caminho que segue.
Um ponto sensacional no roteiro é que tudo acaba sendo justificado dentro da própria história, sem apelação e sem usar recurso que force o espectador a pensar demais. É uma proposta simplista, mas que funciona maravilhosamente bem.
“John Wick 3: Parabellum” é o tipo de filme que com certeza vai fazer muito sucesso quando um box com a trilogia em Blu-Ray sair. Assim, o fã poderá acompanhar todo o arco que trouxe o assassino titular até aqui.
Há indícios que indicam um quarto filme para resolver pendências que existiram nas produções cinematográficas anteriores. Entretanto, há o risco de se tornar exaustivo, e na minha opinião acho o protagonista Reeves: não aguenta outro baque nesse nível.