“It: Capítulo Dois” | Crítica

“It: Capítulo Dois” | Crítica

IT: Capítulo 2” é uma das adaptações mais fieis as obras de Stephen King. A esperada sequência que traz de volta o palhaço Pennywise e o “Clube dos Otários“, agora na versão adulta, é um misto de aventura, horror e humor.

Os mais aficionados pelo livro, que tem mais de 1000 páginas, sabem bem que “IT” é muito mais do que uma história focada em um palhaço assassino. É um conto que reflete medos, memórias frustrações, perdas e principalmente que dá valor um valor extremo a força da amizade.

Tanto na parte 1, quanto na parte 2, o grupo precisa agir em conjunto para lutar contra o palhaço e muito mais do que isso, cada um terá que se sacrificar de alguma forma, abrindo mão dos próprios desejos e superando os próprios medos, para vencer Pennywise.

(Imagem: Divulgação / Warner Bros. Pictures)

Andy Muschietti consegue conduzir o filme de forma exemplar, detalhando e explorando o medo de cada personagem individualmente, sem precisar acelerar o processo para que o filme seja rápido. Aliás, é bom se acalmar já que o longa bate a porta das 3h de duração. Quem nunca numa obra de King se questionou sobre a real necessidade de detalhar tanto cenários, personagens e conversas, que em determinados momentos pareciam desnecessárias?

No filme, nas mãos de Muschietti, esse questionamento é recorrente, mas essas transições ou acontecimentos pararelos, se assim preferirem, são fundamentais para detalhar a história e encaixar o enredo de forma assertiva entre início, meio e fim. Nada do filme é desnecessário, por mais que pareça ser.

(Imagem: Divulgação / Warner Bros. Pictures)

IT” já é uma franquia que foge da premissa do universo do horror tradicional, repleto de jump scares, explorando um lado mais psicológico e que se amarra muita vezes na aventura. É óbvio que você pode e deve pular da cadeira em algumas cenas, com gritos e ataques inesperados de Pennywise, mas nada de maneira exagerada.

Agora se é violência que você deseja, o filme tem uma carga pesada neste sentido, com três cenas que já colocam o filme num nível de “violência extrema” e descendo a mão sem dó na classificação, que deveria sim ser acima de 18 anos, mas que foi aprovada na faixa dos 16 anos nos cinemas brasileiros.

(Imagem: Divulgação / Warner Bros. Pictures)

Os efeitos especiais, principalmente na construção das várias formas de Pennywise, retratada nos medos de cada personagem, funcionam de forma satisfatória e amedrontadora. Apesar dos exageros, os monstros conseguem muitas vezes recriar o imaginário de quem se deliciou com os personagens nas páginas dos livros. Pennywise continua assustador, com aquela voz calma, comovente, mas com um olhar aterrorizante e sempre pronto para dar o bote. Ele caminha por uma linha tênue onde é possível sentir pena dele e segundos depois estar suando frio por sua feição demoníaca.

(Imagem: Divulgação / Warner Bros. Pictures)

O elenco de peso chama a atenção pela semelhança com as crianças do primeiro filme. Isso não só nas questões físicas, mas também nos trejeitos, como a gagueira de Bill e o humor áspero de Richie. Interpretado por Bill Hadder, Richie é um dos grandes destaques do filme, conseguindo aliar humor, coragem e uma comoção que deve levar muitos espectadores as lágrimas.

IT: Capítulo 2” é um bom filme. Um desfecho satisfatório para a franquia. Um filme que está num patamar acima da primeira parte e que consegue absorver muito da essência de “Stephen King“, que aliás tem uma participação especial no longa.

Quem assistiu a primeira parte precisa, obrigatoriamente, fechar esse pacto, esse laço, esse ciclo de amor e ódio com o palhaço Pennywise. E é claro experienciar a grande amizade do “Clube dos Otários“. Porém, será que a amizade do grupo será suficiente para evitar perdas irreparáveis? Vá aos cinemas e descubra você mesmo.