“Intruso” | Crítica
Mistério e suspense. Tudo isso pensado milimetricamente e gravado em apenas 12 dias. É assim que se resume a história real do filme “Intruso” longa de Paulo Fontenelle com Eriberto Leão (intruso), Danton Mello (Pedro), Juliana Knust (Sabrina), Genézio de Barros (Joel), Ingrid Clemente (Yasmin), Charles Daves (Ricardo) e Lu Grinaldi (Virna) no elenco.
A obra fala sobre uma família que recebe um convidado inesperado e indesejado e a razão para ele estar ali todos sabem menos o espectador.
O motivo de tanta demora para o lançamento do filme teve como causa as condições financeiras do diretor que resolveu lançá-lo de forma independente. O baixo orçamento é muito perceptível no longa. A locação é um único sobrado de três andares e as condições de imagem e som não são as melhores. Cortes secos parecem ter sido propositais na edição e as cores tem pouca saturação na tela, provocando sensações de mal estar.
O roteiro também é assinado por Paulo Fontenelle. Existe sim um grande mistério que move sua curiosidade, mas ao final, a surpresa não possui nada de extraordinário. E todas as cenas, que poderiam ter sido pistas ou um plano maior para uma construção diferenciada de roteiro, acabam sendo desperdiçados.
A intenção do longa era provocar a sensação de claustrofobia e medo psicológico. A cena de abertura, com closes fechados em cada um dos personagens, passa essa impressão de espaço confinado com sucesso.
Como é impossível prosseguir somente com closes fechados, logo na cena em que o convidado toca a campainha, os closes se tornam mais abertos, mas a falta de um tripé para posicionar e movimentar a câmera com menos movimentos bruscos deixou a desejar, quase precisando de um alerta para quem possui labirintite para não focar demais nas cenas.
Também é um pouco incômoda, a atuação do elenco. O modo como interpretam, com tanta pronúncia de cada sílaba tornou o filme nada natural.
Resumindo a obra, embora seja um projeto envolto a amizades, ela não chegará a ser algo marcante de forma positiva.