“Homem-Formiga e a Vespa” | Crítica

“Homem-Formiga e a Vespa” | Crítica

Essa nova aventura de Scott Lang (Paul Rudd) acontece após dois filmes importantes desse Universo Cinematográfico da Marvel, MCU: “Pantera Negra” ao introduzir o primeiro herói negro do MCU e “Vingadores: Guerra Infinita” ao celebrar os 10 anos de Marvel nos cinemas e entregar um dos finais mais instigantes em filmes do gênero.

Diante disso, ao assistir “Homem-Formiga e a Vespa” você acaba esperando mais do mesmo; porém retirando-se desse contexto, o filme funciona e muito bem.

Paul Rudd in Ant-Man and the Wasp (2018)

Não se trata de uma continuação do primeiro lançado em 2015, mas sim é uma continuação dos acontecimentos de “Capitão América: Guerra Civil” e explica o motivo dos heróis não estarem em “Vingadores: Guerra Infinita“.

Por ajudar o capitão América (Chris Evans) naquela briguinha no aeroporto em “Capitão América: Guerra Civil“, Scott pegou alguns anos de prisão domiciliar e quando, misteriosamente tem um sonho com a mãe da Hope (Evangeline Lilly) no mundo quântico, acaba sendo envolvido na busca de Hope e o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) pela Janet (Michelle Pfeiffer).

Paul Rudd and Abby Ryder Fortson in Ant-Man and the Wasp (2018)

O envolvimento do Scott com a filha, a Cassie (Abby Ryder Fortson) é também muito fofo, logo no começo do filme, revelando o tom ele irá seguir ao longo de toda a projeção.

Dos filmes de super-heróis temos um pouco desse tipo de relacionamento… vemos isso com a tia May (Marisa Tomei) do Homem-Aranha (Tom Holland) ou a família do Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), mas nada tão aprofundado como o que vemos com os personagens desse filme.

Os personagens não buscam salvar o mundo ou até mesmo a vizinhança. A trama gira em torno de trazer de volta a mãe da Hope e no meio desse caminho temos uma vilã, a Fantasma / Ava (Hannah John-Kamen) e aí entra o grande problema do filme.

Criado por David Michelinie e Bob Layton, nos quadrinhos Fantasma é um personagem masculino que aparece pela primeira vez nos quadrinhos do Homem de Ferro.

Diante da proximidade da história de origem desse vilão com a trama toda que envolve o personagem do Homem-Formiga, a Marvel fez essa opção em introduzi-la neste filme e acertaram quanto a isso, mas só nisso também.

O fato de que a adaptação para os cinemas tenha optado por escalar uma mulher para viver o personagem é irrelevante, o grande problema é ela estar totalmente deslocada na trama do filme. O personagem simplesmente serve para atrapalhar, temporariamente, os planos de Scott e Hope. A subtrama em que ela se envolve com o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) e o Dr. Bill Foster (Laurence Fishburne) é deixada de lado em um determinado momento do filme, mostrando o quanto a vilã é dispensável, mesmo tendo um visual incrivelmente bem feito e uam origem estimulante.

Hannah John-Kamen in Ant-Man and the Wasp (2018)

Com Ultron de “Vingadores: Era de Ultron“, o Mandarim de “Homem de Ferro 3” e Malekith de “Thor: O Mundo Sombrio“, Fantasma é um dos piores vilões desse universo cinematográfico da Marvel e será totalmente esquecido.

Há um outro vilão, sem poderes especiais, no filme: Sonny Burch (Walton Goggins) que é interessante com sua pegada gângster canastrão. Encontra alguns momentos bons no filme, mas é pouco explorado.

Talvez o filme não necessitasse de um super-vilão, desenvolvendo um pouco melhor o personagem do Sonny na trama, já seria de bom tamanho; já que o foco principal já é interessante e se desenvolve bem. A impressão que se dá é a utilização do vilão como um artificio para se conseguir mais alguns minutos de projeção em tela.

É incrível o fato de um roteiro ser escrito por cinco pessoas (Chris McKenna, Erik Sommers, Paul Rudd, Andrew Barrer e Gabriel Ferrari) e ainda sim não conseguirem resolver esse problema.

Se não conseguem desenvolver melhor esses vilões com super poderes e os inserirem definitivamente na trama, ameaçando concretamente a vida dos mocinhos; então deixem que o filme se desenvolva com vilões mais intimistas e próximos da realidade.

Há uma cena pós-crédito logo no começo da entrada dos créditos finais do filme e que é importante….(selecione o trecho a seguir, já que contém spoilers)a cena revela que o Homem-Formiga, a Vespa, o Dr. Hank e a Janet estão comprometidos pela cura da Fantasma e lançam Scott no reino quântico em busca dessa cura; porém a missão é frustrada quando Scott não é retirado desse ‘universo’ pelo fato de que os três (Vespa, Hank e Janet) viraram cinzas por conta do estalar dos dedos de Thanos em “Vingadores: Guerra Infinita” e mais uma vez o Homem-formiga está preso nesse mundo… há uma outra cena e aí ela aparece logo depois de todos os créditos finais subirem na tela, porém já é mais divertidinha do que útil… (selecione o trecho a seguir, já que contém spoilers)a cena mostra uma São Francisco praticamente vazia por conta desse estalar dos dedos de Thanos e retornamos para a casa de Scott e vemos a formigona programada para fazer as tarefas diárias dele tocando bateria

Evangeline Lilly in Ant-Man and the Wasp (2018)

As cenas de ação e os efeitos especiais são incríveis e as pitadas de humor são colocadas em doses certas, destaque para o Luis (Michael Peña) e a cena hilária do interrogatório com o soro da verdade.

Paul Rudd é mais uma vez perfeito, conseguindo dar vida a um herói que ao mesmo tempo que lhe falta inteligência, sobra carisma, mas o grande destaque está em Evangeline Lilly vivendo a Vespa.

Paul Rudd and Evangeline Lilly in Ant-Man and the Wasp (2018)

Apesar de ser um filme do Homem-Formiga, é a Vespa que toma a maior parte das decisões; porém a sintonia dos dois está muito bem conduzida pelo diretor Peyton Reed.

Os já veteranos Michael DouglasLaurence FishburneMichelle Pfeiffer estão também ótimos, como sempre.