Fragmentado é um thriller aterrorizante da mente humana
Estrelado por James McAvoy, o filme acompanha Kevin, um jovem que possui 23 personalidades distintas. Influenciado a sequestrar três garotas ele tenta lutar contra os “demônios” da sua mente enquanto algumas personalidades tentam vir à tona e dominá-lo. “Fragmentado” é um “velho novo” retrato da carreira do diretor M. Night Shyamalan, que surpreendeu a todos com “O Sexto Sentido” e que entrega um bom filme. O roteiro se segura na excelente atuação de James McAvoy, que consegue incorporar várias personalidades num estalar de dedos. Sem a necessidade de cortes de câmera em muitos momentos ou uma carregada caracterização, o ator consegue com maestria passar de um adulto com TOC para uma criança de 9 anos. McAvoy dá seu toque apenas com mudanças na fisionomia, no sotaque e na entonação de sua voz para colocar para fora uma de suas personalidades.
O filme não é tão carregado de horror e ataca mais o psicológico dos espectadores, tentando levá-los a paranoia segundo a segundo. O suspense do enredo cria grande expectativa de qual personalidade irá vir à tona e quais consequências as jovens sofrerão. As tomadas de câmera são ótimas, principalmente quando focadas nas reações e trocas de personalidade de McAvoy e no rosto de medo das meninas. O sobrenatural entra um pouco na história quando uma personalidade escondida, de um “monstro”, tenta tomar conta de Kevin. A exploração da mente humana é algo interessantíssima da forma como é tratada no filme, mesmo que de forma exagerada às vezes. A presença da psiquiatra para explicar o que vem acontecendo com Kevin, é um anúncio estarrecedor dos poderes que a mente humana tem. Inclusive os diálogos dela com ele talvez seja o que o filme tem de melhor, já que em muitos momentos ela se vê conversando com mais de uma das personalidades. Fragmentado não é um filme extraordinário, nem um horror que não vai te deixar dormir à noite, mas com certeza é um relato aterrorizante e assustador da mente humana e de suas facetas. Uma frase do filme para terminar: “Nós somos o que acreditamos que somos”.