Filme censurado na Venezuela representará o país no Oscar
O longa-metragem El Inca, que narra a história do boxeador Edwin Valero e que foi censurado na Venezuela pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), foi pré-indicado ao Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro. O diretor do longa, Ignacio Castillo, disse nesta segunda-feira, 25, à Agência Efe que recebeu a “surpreentende” notícia há cerca de quatro semanas, durante um voo internacional, e que está “contente” desde então.

De acordo com o cineasta, a equipe de produção trabalha agora na divulgação do filme, especialmente desde que foi selecionado, “para fazer com que o maior número possível de membros da Academia de Hollywood o assistam”.
Por ora, está programada uma exibição de El Inca – apelido do pugilista venezuelano – em Los Angeles, nos Estados Unidos, antes de dezembro e outra no Festival Internacional de Cinema de Morelia, no México, ao qual “alguns membros da Academia irão”.
Em dezembro do ano passado, um juiz ditou uma medida cautelar contra o filme e ordenou a suspensão das exibições e da distribuição de materiais promocionais, ao considerar que o longa atentava contra a honra e a vida pessoal do boxeador.
Embora o filme continue censurado na venezuela, a disputa judicial também está parada, e os produtores têm aproveitado isso para exibi-lo em curtos períodos em várias salas de cinema. “É irônico que se censure um filme na Venezuela e também é irônico que um filme censurado represente o país”, acrescentou Castillo.
El Inca conta a história do boxeador venezuelano Edwin Valero, que confessou ter assassinado a esposa, Jennifer Carolina, e se suicidou na prisão. Valero venceu 27 lutas e encerrou a carreira invicto.
Fonte: Estadão