Exposição “Musicais no Cinema” segue até fevereiro no MIS
O MIS – instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – segue até o mês de Fevereiro com sua exposição: Musicais no cinema.
Concebida pelo Musée de la Musique – Philharmonie de Paris,a mostra traça um panorama sobre o universo do gênero musical no cinema nacional e internacional, desde os primórdios do cinema musicado até obras recentes, como o premiado La La Land(2016) e Rocketman (2019), cinebiografia de Elton John.A exposição fica em cartaz de 13 de novembro de 2019 a 16 de fevereiro de 2020. Os ingressos já estão a venda na recepção do MIS e no site Sympla, onde podem ser adquiridos sem taxa de conveniência.
A partir de fotografias, vídeos, cartazes, documentos de produção, figurinos e depoimentos, a mostra reúne filmes musicais de diferentes partes do mundo, destacando marcos para o gênero, como Cantando na chuva (1952), Amor, sublime amor (1961) e Dançando no escuro (2000). Musicais no cinema ainda destaca figuras importantes do gênero como Fred Astaire, Jacques Demy, Julie Andrews, CydCharisse e John Travolta.
A curadoria do Musée de la Musique é do pesquisador N. T. Binh, enquanto Duda Leite assina a curadoria brasileira. O jornalista e cineasta foi responsável pela adaptação para o MIS, acrescentando espaços e conteúdos inéditos baseados na cultura brasileira, comoEsse mundo é um pandeiro, dedicado às chanchadas – subgênero bastante característico da produção audiovisual do Brasil, e uma área que homenageia a atriz e cantora Carmen Miranda.
Dividida em mais de 20 áreas, Musicais no cinema traz entre os destaques uma seção da clássica canção Singing in therain em diversos filmes nada óbvios. Desde Natalie Portman aos 13 anos ao lado de Jean Reno em O profissional (Léon, 1994) de Luc Besson, até a animação Robôs [Chris Wedge, 2005], a música inesquecível do filme de Stanley Donen e Gene Kelly, encontrou até o cinema brasileiro, em cena do último filme do cineasta Hector Babenco. Já na seção Ghost singerso públicoconhece as vozes originais de algumas produções. Através de um sistema interativo, o visitante pode escolher alternadamente ouvir a voz original da atriz ou a voz da cantora que a dublou como em My Fair Lady entre Audrey Hepburn e Marni Nixon ou em Cantando na chuva, entre Debbie Reynolds e Betty Noyes. Já na salaCine musical os visitantes podem assistir cenas icônicas dos filmes musicais comoAmor, sublime amor (West SideStory, 1961) e Grease (RandalKleiser, 1978). O MIS, em parceria com o Acervo de Figurinos da Paramount Pictures, exibe com exclusividade peças que fizeram parte Rocketman, (Dexter Fletcher, 2019). Os figurinos são assinados pelo designer Julian Day que já teve outras passagens em trabalhos com temas musicais como BohemianRhapsody e O garoto de Liverpoool.
Mais de 200 filmes de diferentes partes do mundo estão contemplados na exposição que conta com acervo da Philharmonie de Paris, do Acervo Marc Wanamaker|BisonArchives (EUA),itens originais do acervo do MIS e de coleções parceiras como Cinemateca Brasileira, FAAP, Museu Carmen Miranda, do Rio de Janeiro, entre outras, incluindo acervos particulares como do diretor Roberto Farias (1932-2018), responsável pela direção dos musicais estrelados pelo cantor Roberto Carlos. Dentre os itens, a mostra apresenta cartazes, vídeos, documentos de produção, figurinos, curiosidades sobre as montagens, tanto do ponto de vista técnico como estético, além de depoimentos gravados exclusivamente para a exposição no MIS.
A mostra ocupa os dois pavimentos expositivos do MIS e conta com uma extensa programação paralela que envolve mostras de cinema, cursos, workshops, palestras e atividades infantis. Já estão abertas as inscrições para o curso That’s também entertainment (14 a 30 de janeiro), que em seis encontros apresenta as múltiplas faces do musical e os aspectos que ajudam a conhecer as origens e a história do gênero.
Adaptação brasileira
Inédita fora da França, a exposição Musicais no cinema ganhou uma adaptação em sua versão que será apresentada no MIS. Além de um novo projeto arquitetônico,assinado pela Caselúdico– parceira do MIS em mostras como O mundo de Tim Burton, Castelo Rá-Tim-Bum – a exposição e Quadrinhos– a mostra conta comnovos espaços em sua versão brasileira.
“A adaptação curatorial da exposição Musicais no cinema pretende apresentar um amplo painel da produção de filmes musicais produzidos no Brasil, desde 1927 até 2019, com destaque especial para alguns movimentos e estúdios cinematográficos como a Atlântida”, diz Duda Leite.
O auge das famosas e carnavalescas “Chanchadas”, produzidas principalmente nas décadas de 1940 e 1950, eram esnobadas pelos críticos de cinema da época e adoradas pelo público, que lotava as salas de cinema para ver nomes como Grande Otelo, Oscarito, Vera Regina, Adelaide Chiozzo, Emilinha Borba, José Lewgoy, Ankito, Anselmo Duarte, Ivon Curi, entre muitos outros. O público terá a ótima oportunidade de redescobrir chanchadas clássicas dirigidas por mestres como Watson Macedo, Lulu de Barros, Vitor Lima, Carlos Manga e J.B. Tanko, entre outros.
“Carmen Miranda, a ‘brasileira mais famosa do século XX’, tem um espaço dedicado só a ela, com exibição de trechos de seus musicais clássicos como Entre a loura e a morena (1943), de Busby Berkeley, e Uma noite no Rio (1941), de Irving Cummings, além de uma seleção especial de objetos usados nos filmes e itens pessoais, entre eles um dos seus icônicos turbantes, cedidos pelo Museu Carmen Miranda”, explica Duda.
O Cinema Novo, o primeiro movimento moderno do Cinema nacional também teve uma relação muito próxima à música. Um dos primeiros filmes de CacáDiegues foi Quando o Carnaval chegar (1972), uma espécie de “chanchada tropicalista” estrelada por Maria Bethânia, Chico Buarque e Nara Leão. Ainda do Cinema Novo,a exposição regata clássicos como Brasil ano 2000 (1968) e A lira do delírio (1978) ambos de Walter Lima Jr.
A partir do final da década de 1960, o cinema brasileiro descobriu o filão dos “filmes feitos para jovens”, sempre com números musicais com os astros da sua época. Uma das sessões da exposição será dedicada a estes filmes. Entre eles, estãoos filmes “new wave” dos anos 1980, que retratavam a cena do rock brasileiro, como a trilogia de Lael Rodrigues Bete balanço (1984), Rock estrela (1986) e Radio pirata (1987), além de Areias escaldantes (1985) de Francisco de Paula, com participações dos Titãs e de Lobão e os Ronaldos.
Uma prova de que os musicais no cinema continuam mais atuais do que nunca, são os chamados “biopics” ou “cinebiografias”, que estão entre os maiores sucessos do cinema nacional contemporâneo. Filmes como Elis (2016) de Hugo Prata, Tim Maia (2014) de Mauro Lima, e Simonal (2018) de Leonardo Domingues resgatam nomes fundamentais da história da música popular brasileira.
Caravanas e visitas mediadas pelo Educativo
Os interessados em agendar visitas em grupo para a exposição podem acessar o linke marcar seu horário entre quarta-feira e domingo. As turmas devem ter entre 10 e 45 pessoas.
Já o público que deseja realizar uma visita mediada pelo Educativo do MISpode acessar o formulário no site do MIS. Cada horário contempla grupos de 10 a 40 pessoas e a visita tem duração de 90 minutos.
Alguns filmes que estão na exposição
- O picolino (Top Hat, 1935)
- O mágico de Oz (The Wizardof Oz, 1939)
- Núpcias reais (Royal Wedding, 1951)
- Cantando na chuva (Singin’intherain, 1952)
- Amor, sublime amor (West Side Story, 1961)
- Minha bela dama (My Fair Lady, 1964)
- Mary Poppins(1964)
- The Beatles: Help! (1965)
- A noviça rebelled (The Sound of Music, 1965)
- Duas garotas românticas (LesDemoiselles de Rochefort, 1967)
- Aristogatas (The Aristocats, 1970)
- Cabaret (1972)
- The Who: Tommy (1975)
- Os embalos de sábado à noite (Saturday Night Fever, 1977)
- Grease: Nos tempos da brilhantina (Grease, 1978)
- O show devecontinuar (All That Jazz, 1979)
- Hair (1979)
- Michael Jackson: Moonwalker (1988)
- A bela e a fera(The Beauty and the Beast, 1991)
- Billy Elliot (2000)
- Dançando no escuro (Dancer in theDark, 2000)
- Moulin Rouge (2001)
- 8 mulheres (8 femmes, 2002)
- Sweeney Todd (2007)
- Mamma Mia! (2008)
- O artista (The artist, 2011)
- Frozen (2013)
- Sing! Quem canta seus males espanta(Sing, 2016)
- La La Land (2016)
- Rocketman(2019)
Serviço
MUSICAIS NO CINEMA
Data 13 de novembro de 2019 a 16 de fevereiro de 2020
Horário Terças a sábados, das 10h às 20h (com permanência até 22h); domingos e feriados, das 10h às 19h (com permanência até 21h)
Ingresso R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Ingressos antecipados no site da Sympla.
Entrada gratuita às terças-feiras e para crianças até cinco anos
Classificação indicativa Livre
Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo| (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 18
Acesso e elevador para cadeirantes. Ar condicionado.