Exorcismos e Demônios | Nada se salva em um mar de clichês e tolices

Exorcismos e Demônios | Nada se salva em um mar de clichês e tolices

Ao assistir ao “Exorcismos e Demônios” (“The Crucifixion“) é fazer uma experiência aterrorizante de tortura do começo ao fim. Normalmente, em filmes de terror essa experiência é benéfica, porém aqui estamos diante do contrário.

Iniciemos essa nossa experiência com o título em português… o preguiçoso título em português, que por sinal já foi chamado por aqui de “A Crucificação – Demônios São Reais“… Ao assistir a esse filme, você irá perceber que esse segundo título que não ‘vingou’ tem mais a ver do que “Exorcismos e Demônios“, já que não estamos tratando de diversos exorcismos, apenas um, e nem de diversos demônios, há apenas um também em questão em todo o filme.

Preguiçoso é o título, mas também condiz com a preguiça de se criar uma história atraente e inovadora. Em um roteiro igualmente preguiçoso, somos transportados para um pacata cidade rural da Romênia, aonde há uma jornalista jovem, Sophie Cookson, (“Kingsman: Serviço Secreto“) em busca da verdade por trás de um exorcismo mal sucedido realizado pelo padre Dimitru, Catalin Babliuc, (não me pergunte que filme ele fez, nunca vi esse ator antes). A questão é que esse padre, de uma ordem religiosa e sem a autorização do seu bispo (Matthew Zajac), realiza um exorcismo em uma jovem freira, Adelina (Ada Lupu), porém ao ser interrompido pelo bispo durante a sessão, a jovem morre ao ser levada para um hospital na ambulância. Logo, o padre é preso.

Ao investigar essa morte, a jornalista descrente… ah, esqueci de comentar, ela é descrente! … se depara com a ajuda de um outro jovem padre Anton (Corneliu Ulici), que por sinal já fez outro padre em um papel bem menor de figuração em “Filha do Mal“.

Já contou quantos clichês até agora? Pois é… e clichê não vai faltar em toda essa história.

O filme é tão ruim, que chega em um momento que você se desliga totalmente e aperta um botão de ‘f****-se’ e segue assistindo, já que você pagou por esse ingresso e não pode ter o seu dinheiro ressarcido, então que continuemos com a sessão de tortura.

O roteiro é tão preguiçoso que ele precisa de diálogos intermináveis entre o padre Anton e a jornalista… a jornalista e a amiga da freira morta… e da jornalista com o editor dela, para que ele vá explicando o decorrer da história. Ele não consegue fazer esse caminho de desenvolvimento da trama, sem utilizar desses diálogos chatos e cansativos a todo momento.

O mais constrangedor são os fatos serem narrados nas constantes ligações que a jornalista destemida e descrente faz para seu editor, o Philip (Jeff Rawle)… que, por sinal também é tio dela e sabe da descrença da jovem.  A descrença, por sinal, é motivada por outra situação extremamente piegas e, mesmo após ela narrar o tal trauma, você pouco se envolve com os sentimentos da garota. Culpa de um roteiro falho, culpa de uma má direção dos atores, culpa de um filme que nem deveria ter saído do papel.

Em determinado momento, você é levado a acreditar que o filme possa fazer uma análise entre o que é doença e o que é possessão, assim como temos no excelente “O exorcismo de Emily Rose”, mas é puro engano.

Não se engane pelo trailer ou por imagens… esse é mais um filme de exorcismo que não se dá ao trabalho de inovar. Tudo bem, não precisava inovar, mas também poderia ser, pelo menos um pouquinho melhor.

Deve ter algo bom no filme? Essa pergunta eu me fiz desde que saí da sala de cinema e ainda estou me fazendo. Talvez… talvez, o fato de mostrar um pouco da cultura tradicional ortodoxa da Igreja Católica, com seus rituais e vestimentas é um ponto interessante… porém, é algo que você facilmente encontra em um documentário pelo youtube.

Fuja desse filme, como o diabo foge da cruz!