“Espírito Jovem” | Crítica
“Espírito Jovem” possui uma história clichê que todo mundo já sabe. A menina do interior que sonha cantar e entrar em um concurso de talentos que pode mudar a sua vida pra sempre. Esse foi o mérito de “Espírito Jovem“, fazer com que um roteiro repetido inúmeras vezes consiga nos emocionar em seus 92 minutos.
Com Max Minghella na direção, o filme nos apresenta Violet (Elle Fanning), uma garota que com seus 17 anos divide seus dias entre muitas tarefas, escola, trabalho, a fazenda da família e as apresentações escondidas em um pub local.
Em uma de suas apresentações, ela conhece Vlad (Zlatko Buric), um cantor de ópera aposentado, simpático e alcoólatra. Um belo dia quando o concurso Teen Spirit passa pela Ilha de Wight, Violet precisa de um tutor por ela ser menor de idade e Vlad precisa de um motivo para viver, sendo assim acabam formando uma dupla estranha, porém honesta.
Para captar a vida da sua protagonista, o diretor brincou com luz natural e neon, paisagens bucólicas e urbanas, delicadeza e decadência. Essa montagem unida nos deu uma estética de videoclipe, mas sem invadir o espaço para que os personagens necessitavam para se desenvolver.
O diretor também consegue criar relações complexas em diálogos simples, garantindo que a obra seja mais do que uma experiência musical. Há todo um mundo em torno da protagonista, habitado por pessoas complicadas.
O título do filme não é uma restrição de idade, mas uma força para recomeçar. Elle Fanning é a luz que faz a trama ter credibilidade.
Essa é uma história que já foi contada varias vezes, só que dessa vez foi feita com dedicação e um entusiasmo contagiante. É possível se emocionar e até querer sair dançando da sala do cinema durante as cenas musicais.