“Era Uma Vez em… Hollywood” | Crítica
“Era uma Vez em… Hollywood” é um retrato da originalidade de um diretor que atingiu o ápice no cinema.
Não é só mais um filme de Quentin Tarantino, o nono, mas uma representação de um estilo cinematográfico assinado pelo diretor e executado com muita eficiência. O longa é uma mistura de comédia, drama e por que não um thriller que vai te deixar de cabelo em pé nas cenas mais violentas. São completamente viscerais!
Tarantino é excepcional no que faz. Mais uma vez entrega um filme original, em que recria os bastidores do cinema nos anos 60 de maneira icônica. O diretor consegue introduzir o espectador nessa década por meio de um cenário perfeito de época e um figurino convincente. Sem contar suas excelentes e invejáveis tomadas de câmera, de arrepiar em várias cenas. Tarantino também não abre mão de cenas violentas e extremamente chocantes.
Brad Pitt (Cliff Both) é um dublê faz tudo de Dalton. Um personagem hilário e aparentemente cheio de segredos. Alguém que anda em uma linha tênue entre a calma e a completa insanidade num estalar de dedos. Pitt está em uma das melhores atuações da carreira, onde consegue ser o verdadeiro termômetro entre o humor e a violência. Não será surpresa se ele for indicado a melhor ator coadjuvante na próxima edição do Oscar.
Leonardo DiCaprio na pele de Dalton encarna e representa toda a falta de glamour da profissão que Tarantino quer mostrar. Dalton é um ator em decadência, que se sente um zero a esquerda. Seu não reconhecimento faz com que ele chore as mágoas principalmente com o personagem de Pitt. Os longos diálogos quando ele está em cena são engraçadíssimos devido a suas eternas lamúrias.
DiCaprio está à vontade, em alto nível de atuação, e se destaca nos longos diálogos. Um dos melhores quando relata seus problemas para uma garotinha no set de filmagens, que acaba por lhe dar conselhos.
Margot Robbie (Sharon Tate) é o contraponto e retrata o glamour da profissão. Caminhando entre a riqueza, fama e ao mesmo tempo superficialidade.
O roteiro segue a linha “La Tarantino” com longos diálogos e uma apresentação minuciosa de cada personagem, o que alonga as cenas e diminui os excessos de imprevistos dentro da história. Como não podia deixar de ser, o longa entrega também cenas violentíssimas e recheadas de muito sangue derramado quando o retrato é a face tenebrosa do grupo assassino comandado por Charles Manson.
A fotografia é um convite sincero de Tarantino a uma visita para uma Hollywood em transformação da década de 60. O diretor não só tenta como consegue inserir cenários e imagens belíssimas que deixa o filme ainda bonito.
“Era uma Vez em… Hollywood” não só é um ótimo filme, mas como é parada obrigatória nas salas de cinema para todos os amantes da sétima arte.