Entrevista – Manu Gavassi: uma trajetória de entrega
Desde o convite, Manu encarou a experiência do ‘Big Brother Brasil’ como a mais louca e improvável de sua vida. Os memes de seus momentos dentro do reality surgiram ainda no primeiro dia, quando, com a mochila de participante nas costas, entrou na casa se perguntando o que estava fazendo ali. A resposta veio rápido. Manu protagonizou, ao lado das meninas de seu grupo, a maior união feminina da edição, confrontando os brothers que tinham passado dos limites nos comentários e estratégias de jogo. Familiarizou o Brasil com o termo “sororidade”. Encarou o quarto branco como gente grande. Se rendeu à pista de dança e criou a própria coreografia para o hit “Don’t start now’, que ficou tão popular que levou Dua Lipa a gravar um show exclusivo para o programa. Ganhou uma prova do líder já nas últimas semanas e garantiu vaga na decisão ao vencer a prova de imunidade. E, claro, se divertiu muito com as amigas e companheiras de final, Rafa e Thelma. Como retribuição, o público coroou seu “retiro espiritual” com sua chegada à final do programa e o terceiro lugar no pódio, com 21,09% dos votos do público. “Saio dessa experiência mais forte. Fui bem-sucedida ao mostrar para as pessoas mais do meu coração, dos meus ideais e, claro, o meu trabalho. Meu foco agora é continuar mostrando essa minha veia criativa. Saio com muito mais gás de criar e muito mais meios de realizar”, planeja. A seguir, a trajetória pelo ponto de vista de sua protagonista.
Manu, você entrou no BBB muito focada no seu processo de autoconhecimento. Acha que conseguiu se descobrir, ou se entender melhor, no programa?
Eu acho! Acho que não tem nada melhor para um retiro espiritual do que ficar preso em uma casa sem contato com a humanidade. De verdade, saí dessa experiência muito mais forte. Eu tinha medo de topar, medo desse nível de exposição. Mas eu sabia também que queria mostrar para as pessoas mais do meu coração, dos meus ideais, de quem eu sou, e também do meu trabalho. Acho que consegui, fui bem-sucedida.
Como você avalia sua trajetória no reality?
Fui completamente eu. Até o fato de ter dificuldade de jogar, de competir… Isso aconteceu porque eu realmente tenho. Nesse paredão final eu não tinha nem coragem de pedir para votarem em mim. Eu falava: “votem aí com o coração” (risos). Não sou competitiva, sei que não tenho esse espírito de jogo, para mim o dinheiro não está acima de tudo. Tenho os meus valores, meus ideais.
Esperava ser finalista do BBB 20?
Ah, vou falar que imaginei porque gravei cem vídeos, né? Mas na primeira semana quando me deparei com toda a confusão, olhei para o lado e pensei: “não duro aqui, não”.Achei que fosse sair rapidinho. Quando você pensa em entrar em um reality, é uma coisa. Agora, quando você está lá é bem diferente. E por quase 100 dias? É muita coisa. Fiquei muito orgulhosa dessa final porque sei que foi um processo muito doloroso para todo mundo que fez parte. Teve momentos de questionar o porquê de estar ali, porque é tudo muito forte. Sempre fui uma pessoa muito aberta com as minhas dúvidas, sempre falei muito sobre a minha vulnerabilidade, sobre conseguir ou não estar ali, sobre me manter fiel a quem eu sou. Nunca escondi isso. Tenho muito orgulho de ter chegado à final com essas pessoas. E tenho muito orgulho de ter perdido para a Thelminha, falei que era uma honra perder para ela.
Você protagonizou um paredão histórico numa disputa apertada com o Felipe na berlinda na qual ele foi eliminado. Foram 1,5 bilhão de votos. Lá dentro da casa, você imaginava que a votação teria sido tão disputada? Tinha confiança de que ficaria?
Eu não tinha nenhuma ideia da proporção que estava tomando. A gente brincava perguntando “será que as pessoas gostam da gente, será que estão assistindo?”. Até a final, a gente não tinha essa noção. Agora, falando com os meus pais e com a minha irmã, eles até têm dificuldade em entender o fato de eu não ter ideia da proporção que tudo tomou. Não tínhamos noção nenhuma, não tínhamos ideia de como estava o mundo, muito menos a proporção que o reality estava tomando. Sobre aquele paredão, eu estava com bastante medo de sair, porque eu sentia que estava acirrado. Vi vídeos das pessoas gritando como se fosse Copa do Mundo.
Nos seus paredões, você recebeu apoio de muitas pessoas conhecidas pelo público. Chegou a pensar na possibilidade de toda essa mobilização acontecer aqui fora?
Não pensei, de jeito nenhum. Imaginei a Bruna (Marquezine) porque somos muito amigas, então achei que talvez ela tivesse pensado “deixa eu dar uma forcinha para aquela maluca”. Imaginei que ela pudesse falar alguma coisa em algum momento, mas não do jeito que foi, não do jeito que fiquei sabendo agora. Não imaginava mesmo, até porque eu não contei para ninguém.
E como está sendo receber todo esse carinho agora, do lado de fora?
Eu acho que nem entendi direito ainda. É muito legal, além do carinho, saber a mensagem que a gente conseguiu passar em diversas discussões. Isso é especial, é muito precioso.
A passagem pelo quarto branco foi uma virada na sua maneira de olhar o jogo. O que mudou depois que você apertou o botão vermelho?
Eu dei uma leve enlouquecida. Fiquei pensando “me coloquei no paredão mesmo?”. Me entendi como a menina do retiro espiritual, a não-jogadora, a que zoa quem está jogando, debocha. Eu tinha a cara da pessoa que sai e me coloquei no paredão… Foi aí que dei uma enlouquecida, dei uma brigada… Mas depois que eu assisti vi que foi até tranquilinho, que apenas falei o que pensava.
Você sabia que a coreografia de “Don’t Start Now” virou um símbolo das festas do BBB 20? Como foi assistir ao show da Dua Lipa no programa?
Foi muito chocante, não entendi nada (risos). Achei que fosse algo já programado com a Dua Lipa, que não tivesse nada a ver com a gente. Eu não imaginava a proporção. Essa dancinha eu fazia de zoeira com a minha irmã, porque eu não sei dançar direito, então invento umas coreografias meio loucas. Fiz isso brincando e não tinha ideia da repercussão que teria. Essa era uma das únicas músicas que eu realmente dançava lá, nas outras eu só dava uma enganada.
Qual foi o maior aprendizado que essa experiência te trouxe?
Que eu sou muito mais forte do que imagino, muito mais corajosa. Porque eu sabia o que eu tinha a perder topando esse convite. Com coragem, aceitei viver uma experiência que realmente me dava medo e transformei isso numa oportunidade de mostrar quem sou, mostrar o meu trabalho de uma maneira que jamais seria possível. Tenho muito orgulho disso.
Quais são os seus planos, agora fora da casa?
Quero trabalhar muito, trabalhar horrores! Descansei muito, meditei bastante naquela casa, e agora eu quero trabalhar que nem uma maluca. Meu foco é continuar mostrando essa minha veia criativa. Saber que criei uma plataforma que agora tem mais visibilidade, me dá muito mais gás de criar e muito mais meios de realizar.
O ‘BBB20’ teve direção geral de Rodrigo Dourado e apresentação de Tiago Leifert.
Créditos da comunicação: Via Assessoria de Imprensa
Olá aqui é a Carol Rocha, eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.
Achei muito bom o artigo. Vivendo e aprendendo.