Disney anuncia compra da 21st Century Fox | Saiba o que muda a partir de agora
O grupo Walt Disney anunciou nesta quinta-feira (14) que comprou a 21st Century Fox por US$ 52,4 bilhões. A transação inclui os estúdios de cinema e televisão, redes de entretenimento a cabo e empresas internacionais de TV do magnata Rupert Murdochs.
Supertime de heróis
A Disney já era dona dos direitos cinematográficos de vários super-heróis da editora Marvel, como Homem de Ferro, Capitão América e os Vingadores. Com a compra da Fox, soma-se ao elenco os personagens das franquias “X-Men”, “Quarteto Fantástico” e “Deadpool”.
Isso significa que, a partir de agora, existe a possibilidade concreta de todos os super-heróis da Marvel no cinema compartilharem o mesmo universo. Ou seja:
- Wolverine e o resto do time de mutantes podem encenar na telona a série dos quadrinhos “Vingadores vs X-Men”, que opõe os dois maiores times de heróis da Marvel
- O Pietro Maximoff de “Vingadores: Era de Ultron”, interpretado por Aaron Taylor-Johnson, pode oficialmente ser chamado de Mercúrio, como já é o personagem de Evan Peters na segunda trilogia cinematográfica dos X-Men
A transação também deixa alguns atores em situações engraçadas. Apesar de não pertencerem ao Universo Cinematográfico Marvel, os três filmes do Quarteto Fantástico agora estão sob o guarda-chuva da Disney. E as duas versões do Tocha Humana desses longas hoje ocupam outros papéis nas produções da empresa:
- Chris Evans interpretou o super-herói flamejante em “Quarteto Fantástico” (2005) e “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” (2007). Hoje, é o Capitão América
- Michael B. Jordan assumiu a bronca no reboot “Quarteto Fantástico”, de 2015. Mas agora faz o papel do vilão Erik Killmonger, que vai aparecer em “Pantera Negra” no ano que vem
Quem está numa posição esquisita de verdade, porém, é Josh Brolin. O ator tem papel de destaque em duas grandes produções que estreiam em 2018 com personagens Marvel, mas uma é tocada pela Disney e a outra pela Fox:
- Ele é o vilão Thanos em “Vingadores: Guerra Infinita”
- E o anti-herói Cable, em “Deadpool 2”
Há vários desfechos possíveis para esse paradoxo temporal. Pode ser que a Disney mantenha Deadpool de fora do Universo Cinematográfico Marvel. Pode ser que faça piada do Brolin duplicado, justamente pelo tom cômico dos filmes do mercenário falastrão. Ou pode ser que o ator seja simplesmente trocado em uma das ocasiões, levando em conta a ideia de unidade que a Disney defendeu nos últimos anos e que rendeu bons lucros à empresa.
Fato é que a escalação de Josh Brolin para os dois personagens, quando estavam em companhias separadas, já foi comentada. Agora virou uma piadinha pronta.
Subindo a faixa etária
Bob Iger, CEO e presidente do grupo Walt Disney, diz no documento que anuncia a compra da Fox:
“A aquisição dessa coleção estelar de negócios da 21st Century Fox reflete a crescente demanda do consumidor por uma diversidade rica de experiências de entretenimento (…)”
Na prática, essa turbinada de diversidade vai beneficiar a Disney no trato com o público de adultos e jovens adultos.
Agora, além das produções próprias e da Pixar, a Disney é dona de animações mais polêmicas como “Uma família da pesada” e “The Simpsons” – o desenho animado criado por Matt Groening, aliás, acertou uma previsão de 1998 que dizia que a Fox seria comprada pela Disney.
A companhia também assume séries de faixa etária mais elevada, como “American Horror Story” e “Homeland”. E programas com apelo pop entre jovens, como “Glee” e “Gotham”.
Pois é. “Gotham”, série que narra o trabalho do Comissário Gordon, colega de Batman, super-herói da DC, agora é da Disney: a empresa dona dos direitos da rival Marvel. O mundo do show biz tem dessas.
Fonte: Portal G1