Dica de Série: The Act, uma produção que retrata o caso que chocou os EUA
The Act, é uma série americana que conta a história de um crime, ocorrido em 2015, e que chocou os Estados Unidos. A morte de Dee Dee Blanchard, interpretada por Patrícia Arquette, mãe de uma menina especial: Gypsy Rose Blanchard (Joey King), que constantemente estavam na TV em programas, relatando os problemas de Gypsy.
Gypsy era uma jovem menina, cadeirante, que segundo a sua mãe, sofria problemas graves de saúde e até transtornos mentais, doenças que atraiam generosas doações de diversas partes do país. Mas qual seria o motivo do assassinato dessa mãe super protetora, que sempre demonstrou a todos a sua dedicação ao caso de Gypsy?
É seguindo esse ponto que a série, dirigida por Nick Antosca e Michelle Dean, se prende durante toda a narrativa, mostrando a vida de mãe e filha, inseparáveis, e que possuíam, aparentemente, um relacionamento de muito amor e cuidado. Mas os anos vão se passando, e a menina começa a buscar sua independência, e assim descobre graves segredos escondidos durante muito tempo por sua mãe.
Com atuações magistrais de Patrícia Arquette e Joey King, a produção prende o espectador e o carrega para dentro do drama, mostrando, episódio após episódio, novos fatos que vão trazendo à tona a verdade sobre esse crime brutal.
A minissérie é dividida em oito episódios, em apenas uma temporada, e retrata um dos casos mais chocantes dos Estados Unidos.
O caso real (cuidado spoilers)
O crime ocorrido em 2015, revelou a verdade sobre a morte de Dee Dee, assassinada por sua, até então, ingênua e inofensiva filha Gypsy, juntamente com o seu namorado, Nick Godejohn, quem ela conheceu na internet por um site de relacionamentos.
O crime ocorreu, após a menina descobrir ser perfeitamente saudável, e que tudo o que vivera até então, era uma farsa produzida pela mãe para receber doações de toda parte dos Estados Unidos. Com isso, como a própria Gypsy revelou, matar a sua mãe era a melhor coisa que podia fazer por ela.
E Dee Dee, não mentiu somente para a filha, a sua história foi repassada para parentes, amigos, vizinhos, médicos e, até mesmo, fundações, como: Make-A-Wish e Ronald McDonald House, que realizavam doações constantes para o tratamento de Gypsy.
“Ela disse-me que eu tinha cancro e raspava o meu cabelo dizendo: ‘Ele vai cair de qualquer forma, portanto vamos mantê-lo bonito e aparado’. Ela me disse que eu não conseguia comer e precisava de um tubo de alimentação”, declarou a menina a um documentário de TV. E complementou: “Tiraram-me as glândulas salivares porque a minha mãe dizia que eu me babava. Tinha um tubo de alimentação na minha barriga, fiz várias operações nos olhos, tanto direito como o esquerdo. Operações nas orelhas, biópsias nos músculos para descobrir porque é que as minhas pernas não funcionavam, uma operação para deixar de vomitar. Eu acreditei que tinha essas doenças todas, exceto que sabia que podia andar e comer.”
O pai da menina, separado da mãe desde o primeiro ano de vida, também acreditava nas doenças, já que Dee Dee, não permitia nenhum contato entre os dois, e dizia para a menina que o pai era violento e viciado em álcool.
Apesar de descobrir toda a farsa aos 19 anos, Gypsy ainda era dependente emocionalmente da mãe, que sempre a criou como criança, mentindo a sua idade muitas vezes, fatos que a faziam recuar a qualquer desejo de revelar a verdade a todos e acabar com história de Dee Dee. E, uma das vezes que tentou fugir, a mãe descobriu e a acorrentou na cama.
Gypsy foi condenada pelo crime, e atualmente cumpre uma pena de dez anos de prisão, que se encerrará em 2023, quando ela terá 32 anos, e poderá sair em liberdade condicional. Já o seu namorado, Nick, foi condenado à prisão perpétua.