Ragnarok – Netflix | Crítica
A palavra Ragnarok, em tradução para o português, tem o significado de “destino dos Deuses”, e representa na escatologia nórdica a conjunção de eventos proféticos, que representaria o fim do mundo. Com essa premissa começamos a falar sobre “Ragnarok”, série da Netflix.
Quando ouvimos a palavra logo ligamos à figura de Thor, que inclusive teve um filme com o mesmo título. E a série, seguindo essa linha, tenta trazer o mito para os dias atuais.
Tudo começa quando Ragne (David Stakston), e sua família chegam à cidade de Edda, na Noruega (cidade fictícia), lugar onde nasceu, porém saiu quando criança após a morte de seu pai. Logo na chegada, eles se deparam com um senhor com tapa-olho, tentando atravessar a rua com sua cadeira de rodas elétrica, que trava. Ragne desce do carro e o ajuda a terminar a travessia. O rapaz recebe logo um agradecimento de uma senhora que acompanhava tudo de perto, e coloca as suas mãos sobre sua cabeça. A partir daí, Ragne percebe que algo mudou.
Ragne sofre de dislexia, o que faz ter muita dificuldade de aprendizado. Mas logo no seu primeiro dia de aula, ele se senta com Isolde, uma garota nada popular que possui um canal no Youtube que investiga a contaminação da água e derretimento de geleiras, decorrentes da indústria Jutul, pertencente a uma poderosa família da cidade. Assim os dois começam uma forte amizade, logo interrompida por um evento trágico e misterioso.
Ragne, não aceita os resultados das investigações e busca por conta própria descobrir o que ocorreu, o que o coloca logo em conflito com a família Jutul, iniciando assim uma guerra que tomaria grandes proporções.
Com a intenção de trazer o conflito entre Deus e gigantes para os dias de hoje, a série adota uma pegada mas teen, porém que consegue prender bem o espectador, sempre com links no final de cada episódio, que despertam o interesse e curiosidade pelo próximo.
O roteiro, bastante criticado por muitos por deixar lacunas e ser pouco aprofundado, pode ser explicado nas próximas temporadas da série, já que, em apenas seis episódios, é possível apenas mostrar a identificação de Ragne como Thor e o início de seus conflitos com os gigantes. Aliás, um dos pontos falhos dessa primeira temporada é justamente a falta de conflitos, deixando ao final apenas um breve e bem pouco explorado, algo que pode e deve ser mais utilizado nas possíveis próximas temporadas.
Um ponto a se destacar na série é a atuação de David Stakston, que contrasta muito bem o jeito inocente de ser do personagem, com os recentes poderes descobertos de Thor. Já não seguindo na mesma linha, seu irmão Laurits, vivido por Jonas Strand Gravli, se apresenta como um personagem confuso, apesar de ser essa a principal características de Loki.
A trilha sonora é outro ponto de destaque, já que utiliza de muitas músicas nórdicas, para dar assim o clima à produção.
Resumindo, a produção Norueguesa, dirigida pelo dinamarquês Adam Driver, merece ser apreciada e é sim, uma série agradável e curiosa de acompanhar, porém fica evidente a necessidade de novas temporadas para aparar as arestas deixadas em sua primeira exibição.
A série está disponível na Netflix, dividida em seis episódios.